Segunda-feira, 24 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

O pertinente engajamento político dos empresários



Juan Quirós*

As manifestações populares que ocorrem no Brasil, desconsiderando-se, obviamente, a lamentável ação de baderneiros, depredadores e vândalos, revelam uma insatisfação com a persistência de antigos problemas no setor público. A despeito dos avanços verificados nos últimos vinte anos em termos de equilíbrio monetário, inclusão social e ascensão de renda de parcela expressiva da população, o Estado persiste em velhos vícios e segue não atendendo a sociedade de modo adequado.

Assim, é necessário implementar eficiência, de modo que as políticas públicas contribuam para ampliar a competitividade nacional, cujo equacionamento implica as reformas estruturais (tributária, previdenciária e trabalhista), a modernização da infraestrutura e inovação tecnológica. Outro item importante é encontrar soluções efetivas para o definitivo financiamento da infraestrutura, equacionando-se os gargalos dos transportes e de energia.

As máquinas administrativas governamentais, nas esferas federal, estadual e municipal, precisam de um choque de gestão, de modo que assimilem a cultura de resultados das empresas. Nesse sentido, é importante que ocorra maior participação de empresários na política e em cargos do setor público. Isso, como demonstram algumas experiências bem-sucedidas, como ocorreu com o programa federal de exportações no período entre 2003 e 2006, pode conferir mais eficiência, produtividade e qualidade aos organismos da administração direta e indireta do Executivo e aos órgãos do Legislativo.

O conhecimento, dinâmica, capacidade de gestão e foco em resultados dos empresários somam-se à experiência e capacidade dos servidores públicos, constituindo um novo modelo para o atendimento às demandas do Estado. A população é a principal beneficiária desse processo, pois se aprimoram os serviços, agilizam-se os procedimentos e se melhora a relação custo-benefício dos elevados impostos pagos pelos brasileiros.

Desenvolver e consolidar um novo modelo na gestão do setor público é importante para o Brasil, que ainda precisa avançar muito no aprimoramento de áreas prioritárias, como saúde, educação, saneamento básico, infraestrutura e segurança, essenciais ao desenvolvimento nacional. São setores nos quais se observam avanços, mas que ainda precisam elevar-se a um padrão melhor de qualidade, eficiência e atendimento mais amplo às demandas.

O debate desses temas deverá permear cada vez mais a pauta nacional, não só no âmbito da sociedade civil, como nos partidos políticos, que são as grandes bases de captação dos anseios populares e de sua conversão em propostas de governo. Por este aspecto, também é relevante a participação de empresários na vida partidária e na disputa de cargos eletivos no Executivo e no Legislativo. Sua experiência e empreendedorismo contribuem para que projetos economicamente viáveis, socialmente justos e ambientalmente corretos, como recomenda o mais contemporâneo conceito de sustentabilidade, sejam transpostos do plano dos debates para as ações programáticas governamentais.

A participação de empresários na vida política nacional significa efetiva contribuição para o avanço do País. Suas ideias, sugestões e plataformas programáticas são conteúdos preciosos para o aprimoramento do Estado, a busca de soluções para os gargalos brasileiros e a formulação de todas as respostas aos questionamentos que a sociedade vem fazendo.

*Juan Quirós é presidente do Grupo Advento e do LIDE Campinas (Grupo de Lideranças Empresariais) e vice da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
 

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 24 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

A Volta das Maritacas políticas do Centro-Oeste: um Alerta para a Política do Distrito Federal

A Volta das Maritacas políticas do Centro-Oeste: um Alerta para a Política do Distrito Federal

A esperteza dos falsos políticos do Distrito Federal é notória e preocupante. Essas maritacas parecem ter esquecido, ou preferem esquecer, das dezen

O preço da traição

O preço da traição

De todos os pecados mortais que, ao longo dos séculos vêm degradando a humanidade, existe um que, depois daquele beijo infame de Judas Iscariotes no

Covardia de quem mesmo?

Covardia de quem mesmo?

Covardia foi ter dito que não era coveiro quando inocentes estavam morrendo de Covid. Covardia foi dizer “e daí?” quando as pessoas estavam morrendo

O “cabidão” de comissionados

O “cabidão” de comissionados

No dia 2 de março de 2018, a juíza Inês Moreira da Costa, da 1ª. Vara da Fazenda Pública, determinou que a Câmara Municipal de Porto Velho exonerass

Gente de Opinião Segunda-feira, 24 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)