Sexta-feira, 4 de março de 2016 - 18h49
Nesta manhã a Lava Jato cruzou o rubicão, invadiu o Instituto Lula e levou o ex-presidente, que nunca foi por ela intimidado, a prestar depoimento coercitivamente, humilhando também alguns colaboradores. Chegando ao ponto quê muita gente duvidava de que chegasse, afrontando pilares do Estado de Direito, como a presunção da notícia, garantida não a ex-presidente
e expoentes mas a todo cidadão brasileiro, a Lava Jato riscou o fósforo sobre o ambiente já encharcado do combustível de ódio ao PT, seus dirigentes e governantes, de revolta dos petistas e aliados com a condução discricionária das investigações. As chamas vão subir, é possível que haja confrontos físicos, podendo até correr sangue. Já nesta sexta-feira os dois lados em que o Brasil foi dividido vão se defrontar em manifestações. O balanço deve ser enviado ao juiz Sergio Moro, dono da caixa de fósforos.
Quantos milhões, quiçá bilhões de reais não poderia ter roubado, se quisesse, um presidente como Lula, com a popularidade interna e a projeção externa que ele teve? Mas por conta de obras de empreiteiras em um apartamento e um sítio que não possui foi submetido à execração, está sendo acusado de ter sido favorecido por recursos do petróleo. A desproporção das coisas encontrará eco em uma parte do Brasil. Se maior, menor, expressiva ou inexpressiva, as manifestações dirão.
O olhar comum pode não alcançar o encadeamento entre os fatos dos últimos dias mas enxergará a desproporção. Recordemos.
1. No sábado passado Lula anunciou que iria resistir ao cerco.
2. Em seguida enfrentou o procurador paulista Conserino, que conduz investigação que não é a Lava Jato. Prestou depoimento por escrito e apresentou habeas corpus preventivo para não sofrer o que sofreu hoje da Lava Jato.
3. Recorreu ao STF pedindo que decidisse quem tinha competência para investiga-lo, a Lava Jato ou os procuradores estaduais paulistas. A Lava Jato saiu da toca e assumiu que o investigava e queria continuar investigando.
4. Numa clara retaliação à troca do ministro da Justiça, Eduardo Cardoso, ontem começou algo como a “solução final” dos nazistas. Se não é possível acabar com eles de modo, acabemos pela eliminação. A suposta delação premiada de Delcidio do Amaral atingiu frontalmente Lula e Dilma mas até agora não sabemos se ela existe e quanto do que foi publicado existe.
5. Hoje Lula foi coagido a depor à Lava Jato, que nunca o intimou sequer a prestar informações. E na esteira de tudo, o cerco se fecha contra Dilma.
6. Não só petistas mas todos que têm consciência democrática denunciam a ruptura dos limites da legalidade e a marcha de um golpe de natureza ainda inédita mas eficaz, porque não tem cara de golpe e ainda consegue apresentar-se como decorrência da defesa dos princípios republicanos.
A “solução final” está em curso mas não será uma solução, assim como as câmaras de gás não acabaram com os judeus nem garantiram o poder eterno ao nazismo. É possível que estejamos mesmo diante de uma nova era, mas não porque será o fim do PT ou de Lula ou de Dilma. Será uma nova era porque estaremos, como já escreveu Janio de Freitas, de volta aos anos 50 ou anteriores, em que os golpes comandavam a história pela força das baionetas. Hoje, pela força judicial de uma Lava Jato, dos procuradores e de uma PF que tem bandeira politica, não tarefa de Estado.
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