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O amanhã dos refugiados



Gabriel Bocorny Guidotti
Bacharel em Direito e estudante de Jornalismo
Porto Alegre – RS
 
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Em meio à crise de refugiados na Síria, é natural que as expectativas por soluções se concentrem em países de maior poderio econômico. Nos Estados Unidos, o tema é recorrente nos debates dos pré-candidatos do Partido Republicano à presidência. Donald Trump, o ricaço excêntrico, está entre eles. Recentemente, Trump polemizou ao comentar sobre a situação de cidadãos sírios que conseguiram refúgio em terras norte-americanas. “Se eu ganhar, eles vão voltar (para a Síria)”, afirmou.
 
A reação de entidades defensoras dos direitos humanos foi instantânea na imprensa e nas redes sociais. Trump sempre deixou clara sua posição contrária ao acolhimento de refugiados, algo que impulsionou diversas brincadeiras em programas de talk show americanos. O fulgor na defesa de seus pensamentos, entretanto, pode ter sido fatal nas eleições do partido. As mais recentes pesquisas mostram que o magnata, antes líder absoluto, agoniza nas intenções de voto, perdendo para o médico americano Ben Carson.
 
A crise dos refugiados é humanitária, não política. Nos Estados Unidos, há forças que lutam pela aceitação dos migrantes em solo nacional, a exemplo da colonização que aconteceu no país séculos atrás. A bem da verdade, ninguém quer virar salvador de todos os refugiados do mundo. Fronteiras estão sendo fechadas na Europa. Afinal, de quem é a responsabilidade? A comunidade internacional pode se eximir dos motivos que ensejaram o êxodo na Síria?
 
Não se trata da vida de um único garotinho encontrado morto nas praias da Turquia. O problema é global, incitado pelo potencial bélico de grupos cujo único propósito é afrontar a dignidade dos outros. De suas mansões e cassinos, Donald Trump parece estar longe demais da realidade cruel vivida pelos refugiados da Síria. Ele sempre foi um homem rico, nunca precisou lutar por nada. Lutar por sobrevivência, tampouco.
 
A imagem do corpo do pequeno Aylan Kurdi não pode ser esquecida. Relembrou os piores horrores da Segunda Guerra Mundial. Note, os horrores continuam e tendem a continuar caso os Estados Unidos eleja um bon vivant insensível. Quantos mais precisarão morrer até que possamos obter um pouco de tranquilidade e paz? Nossa espécie é uma só. Ajudar o outro constituiu responsabilidade de cada ser humano.

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