Quarta-feira, 17 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Mensalão, petrolão e, agora, rachadinha


Mensalão, petrolão e, agora, rachadinha  - Gente de Opinião

Tantos são os escândalos e casos de corrupção de que se têm notícia na história política do Brasil que chega a ser até difícil guardar todos na memória. Nos últimos dezoito anos, apenas para mencionar os mais escabrosos, tivemos o mensalão, que deu seus primeiros sinais de vida no início de 2004. O esquema foi responsável pelo desvio de duzentos milhões de reais dos cofres públicos para alimentar parlamentares da base aliada do governo Lula. Em 2009, pipocou o escândalo dos incentivos fiscais, que gerou um prejuízo de um bilhão e trezentos milhões de reais em impostos no caixa do tesouro nacional. Na esteira das bandalheiras, explodiu o petrolão, em 2014, que mandou pelos ares a reputação de muita gente metida a moralista. Apontado como um dos maiores esquemas de corrupção do mundo, a picaretagem foi descoberta na Operação Lava Jato e, segundo os órgãos de investigação, causou um rombo de quase quarenta e três bilhões de reais aos cofres públicos.

Nos dias que correm, a palavra da moda no meio político brasileiro é rachadinha, cuja prática consiste na transferência de parte ou de todo o salário do assessor para o parlamentar, a partir de um acordo político pré-estabelecido como uma exigência para o exercício da função pública. Curiosamente, setores da mídia resolveram tratar o assunto como se fosse alguma coisa inédita, mas os registros dessa modalidade de crime são antigos e abundantes. Se comparada a essas e outras pilantragens, a rachadinha, em termos de prejuízos ao erário, equivaleria ao preço de um cafezinho, o que não diminui em nada a gravidade do delito. O caso só ganhou proporções quilométricas porque o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro aparece no meio da tempestade. Ele é acusado de contratar funcionários fantasmas que lhe devolviam parte dos salários quando era deputado estadual pelo estado do Rio de Janeiro. É um risco acreditar, porém, que a prática da rachadinha só existiu na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Dias atrás, o jornalista Sérgio Pires botou o dedo na ferida, colocando sob suspeição uma Casa de Leis. Escreveu com a experiência de quem conhece o chão onde pisa, o que, provavelmente, deve ter despertado a curiosidade dos órgãos de fiscalização e, de quebra, deixado muita gente com a  pulga atrás da orelha.  

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 17 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Um governo sob pressão

Um governo sob pressão

O governo Marcos Rocha tornou-se alvo preferencial de críticas as mais variadas. Algumas, justificáveis, pois carregam na sua essência o bem-estar d

A questão da ética na politica

A questão da ética na politica

Tenho sustentado neste espaço, até com certa insistência, a importância da ética na política, principalmente quando começam a surgir nomes nos mais

O exemplo do rei Canuto dos Vândalos  O exemplo do rei Canuto dos Vândalos

O exemplo do rei Canuto dos Vândalos O exemplo do rei Canuto dos Vândalos

Houve uma época em que ao roubo e ao furto se aplicava a pena de morte. Eram tempos de barbárie, onde a punição, por mais desproporcional e cruel, n

Mutirão de Saúde: a melhor solução

Mutirão de Saúde: a melhor solução

De todas as tentativas feitas por este e outros governos locais para resolver o grave problema de desassistência à saúde em Rondônia, os mutirões re

Gente de Opinião Quarta-feira, 17 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)