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Igrejas têm mais sucesso que partidos nas periferias


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Jornal GGN - A desestabilização político-social enfrentada hoje no país não é resultado de uma única crise, mas sim de múltiplos conflitos estruturais que desembocaram na atual crise, a avaliação é do professor Aldo Fornazieri, Diretor Acadêmico da Fundação Escola de Sociologia e Política desde 2006, e organizador, ao lado do professor Carlos Muanis, do livro 'A crise das esquerdas' que reúne textos e entrevistas de professores e ativistas. 

Em entrevista para o jornalista Luis Nassif, ele pontua que a crise dos movimentos e partidos de esquerda, por exemplo, tem como fundamento a crise dos próprios alicerces que fundamentaram suas ideologias.

"Com exceção de alguns líderes históricos do marxismo, o movimento marxista se instituiu como um movimento anti-político, que desprezava a política subordinando, fundamentalmente, a política à economia. Por esse motivo, boa parte dos movimentos sociais da esquerda perderam a perspectiva da alcançarem a autonomia a partir da perspectiva política e os erros do PT, enquanto governo, se devem parcialmente a esse olhar. 

A corrupção também é apontada por Fornazieri como outro elemento decisivo na queda do PT, não só no sentido do dinheiro, mas também dos princípios quando alcançou o poder no que o cientista chamou de "ideologia do novo-rico", quando o partido, ao chegar no "outro lado", atuando diretamente junto aos inimigos, passou a não saber diferenciar a semelhança entre esses e seus aliados.

O professor pontua que não existe uma estratégia pré-definida para todo o jogo político. Cada conjuntura exige uma saída, porém, embebido no poder, o PT teria perdido a condição de estrategista. E isso já era visível em Junho de 2013, aliás as condições políticas que culminaram com a retirada do partido do poder guarda as bases naquela conjuntura.

Esse cenário implica no desenvolvimento de uma nova pedagogia. "A esquerda não sabe ouvir e acolher. Por exemplo, por que há um sucesso das igrejas evangélicas neopentecostais? Porque elas acolhem e ouvem", explica Fornazieri alertando que no atual momento de desenvolvimento intelectual da juventude, se a pessoa percebe que não está sendo escutada em um determinado movimento, a tendência é ela se sentir manipulada.

Confira a íntegra da entrevista aqui.

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