Domingo, 28 de dezembro de 2008 - 10h25
Bruno Peron Loureiro
Os brasileiros temos mania de sofrer antes de o problema chegar, especular sem que a situação se concretize e ir na onda dos outros só porque fulano de tal escolheu de um jeito e se deu bem. A crise econômica mundial mal chegou no Brasil e tudo é culpa dela: empresas demitem funcionários, alguns produtos encarecem, chove muito, e o motor do automóvel não pega. É a crise.
É aquela velha história de aceitar ou pegar dos outros o que não é nosso nem era para ser. O vizinho tosse e nós é que ficamos gripados; o baderneiro bebe e nós é que ficamos de fogo; os gringos se atrapalham com suas falcatruas financeiras e nós é que somos ameaçados de demissão e queda no consumo. Falta distinguir o que é nosso e o que é deles. Quando o Brasil situar-se mais autonomamente nos intercâmbios internacionais e com isso não quero dizer isolar-se, melhorará seus índices de desenvolvimento e estabilidade.
Um dos indicadores é a deserção escolar, que significa abandono da escola ou da universidade antes do término dos estudos. Não se constrói um país de destaque mundial sem a boa formação de seus integrantes, a conscientização do papel que exercemos no Brasil e no mundo e a preparação para uma carreira profissional que não se molde apenas ao setor produtivo existente. Concentro-me em duas questões: a causa da deserção escolar e a do desinteresse nas instituições de ensino como lugares de aprendizagem, interação e prazer.
Das várias etapas do ensino no Brasil (Infantil, Fundamental, Médio e Superior), é uma minoria que chega ao Superior e muitos sequer terminam o Médio. Os principais fatores que interferem na continuidade dos estudos são a renda familiar, a idade, a necessidade de trabalhar e a má qualidade da escola. Quanto maior a idade, menor a propensão a estudar devido à pressão de ter um trabalho. É baixo também o interesse numa escola onde os professores vão desmotivados, a didática não é boa, a infra-estrutura é precária e o descrédito na instituição aumenta.
Ainda, os estudantes de escolas públicas recebem o incentivo à ignorância através do sistema de aprovação automática, que é uma política de Estado elaborada para reduzir os números da deserção escolar e deixar a impressão de que melhorou o nível de escolaridade dos brasileiros. Muitos atravessam, assim, vários anos sem saber escrever. É calamitosa a saída dada pelo governo à deterioração do ensino público no Brasil, como se a solução fosse driblar a péssima qualidade da educação pública ou, na melhor das hipóteses, aumentar o orçamento.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) prognosticou que a crise econômica mundial tende a aumentar a deserção escolar, a desnutrição infantil e a mortalidade materna na América Latina. No entanto, estas previsões devem servir de pretexto para que o Brasil ressitue-se no mundo de maneira mais autônoma, projete um modelo de desenvolvimento mais responsável em relação aos que brincam com o setor financeiro, e resolva problemas internos que travam a evolução do país. Por isso é importante retomar o tema da educação.
A escola e a universidade são espaços de intercâmbio de conhecimento, conquista de novas amizades, inserção no país e no mundo. Estas instituições demandam um outro olhar da população e uma atenção mais concentrada do governo. Que não se desertem os sonhos de um país onde se valorize a boa formação.
Fonte: Bruno Peron Loureiro é bacharel em Relações Internacionais.
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