Quinta-feira, 18 de janeiro de 2018 - 17h38
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Edson Lustosa
A absoluta ausência de estabilidade na chefia do estado, que no sistema político brasileiro se confunde com a chefia de governo, faz com que os responsáveis por dirigir o país se cerquem, predominantemente, de pessoas de dois tipos: subservientes e inimigas. As subservientes para que tudo que se pretenda fazer seja mais rápido, com mais mãos atuando e menos cabeças questionando. E as inimigas como forma de cooptação. O resultado é óbvio: em vez de governo, tem-se desgoverno.
Os amigos, aqueles de verdade, que em vez de irem correndo ao botequim mais próximo comprar o cigarro preferem lembrar que fumar não é bom pra saúde, esses simplesmente não têm vez. Quando muito, são mantidos no círculo doméstico, até ouvem desabafos, têm seus ombros solicitados para recostar a cabeça. Mas nada de serem chamados a compor a esfera de decisão.
Tem sido assim, é assim e, pelo andar da carruagem, é de se crer que ainda vá perdurar esse tipo de comportamento. E não é só na mais alta esfera de governo. É algo que se repete nas unidades da Federação e nos municípios. Locupletar-se, garantir a reeleição ou eleger o sucessor são os três pensamentos principais na cabeça dos governantes. E também dos parlamentares.
No âmbito do Poder Executivo, a subserviência se desdobra em camadas, descendo a ladeira hierárquica até as gratificações menos significantes. E a estupidez se instala. Não apenas pelo fato de ser a subserviência algo afim à estupidez, mas também porque sempre há que serem preenchidos alguns cargos, ainda que num percentual mínimo, com quem verdadeiramente seja capaz de desenvolver a contento as tarefas que lhe sejam determinadas. E é exatamente aí que tudo piora de vez: quando surgem os tais inocentes úteis, que com mais precisão semântica devem ser chamados ingênuos úteis, ou mesmo estúpidos úteis.
A pior estupidez é a que se sobrepõe à inteligência, à capacidade de trabalho, ao talento funcional. Essa, quando se instala no poder, custa a sair dele, já que a substituição se faz mais difícil. É essa estupidez que dá polimento a discursos e subsidia tecnicamente o despotismo. E que, muitas vezes, escapa até mesmo às críticas, antes fazendo com que o estúpido colaborador receba até elogios, por vezes sendo até apontado como uma exceção num cenário de estupidez, um cenário que ele em verdade nutre e sustenta.
E o mais triste é que esse tipo de gente estúpida acredita mesmo que esteja fazendo o bem, ainda que estando a serviço do mal. Com uma mídia que imbeciliza, cada vez menos pessoas são capazes de identificar a verdadeira responsabilidade pelo que acontece. Se Joana D’Arc fosse imolada hoje, as críticas se concentrariam em quem a amarrou no tronco, quem deu a ordem para que fosse queimada e até mesmo em quem se reuniu em torno para apreciar o espetáculo. E passa despercebido quem emprestou o fósforo.
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