Quarta-feira, 8 de junho de 2016 - 21h06
Gabriel Bocorny Guidotti
Jornalista e escritor
Porto Alegre – RS (Brasil)
------------------------------
Antigamente, era mais fácil ser professor. Profissionais no quadro, cadernos dos alunos repletos de anotações. Mais antigamente ainda, nem cadernos havia, devendo os estudantes assimilar o conteúdo para não mais esquecer. O tempo se sucede. A geração de ontem, limitada pelo seu tempo, foi substituída por tantas outras que se acostumaram a derrubar limites e a construir um novo mundo.
Há alguns anos, desconhecia o conceito de ‘Geração Y’, mas descobri que ela representa todos os que vieram à luz em meados da década 80. Por nascer em 1988, achava estar na vanguarda do alfabeto, até que a classificação da Geração Z, daqueles que nasceram com o advento da internet nos anos 90, deixou-me para trás. Após essa sinergia da natalidade, não encontrei mais classificação alguma. O que viria depois da geração Z? A geração IPad? A geração Iphone? Que tal a geração Facebook?
Sabe por que antigamente era mais fácil ser professor? Pois não havia tantos concorrentes paralelos. Coleções inteiras de livros podem ser carregadas em um mísero pen drive. Conceitos desconhecidos desnudam-se a qualquer momento, em qualquer lugar do mundo. O conhecimento aparecer em uma simples pesquisa no Google. Em razão das inovações tecnológicas, terá o ensino tradicional sofrido com a obsolescência programada do capitalismo?
Se a Geração Z é complicada em termos de foco, cumpre aos docentes quebrar este paradigma. De fato, não é simples competir com tantos recursos à disposição dos alunos. Não se trata de uma questão que impera apenas em maquinários eletrônicos, mas da inserção antropológica da internet em nosso meio. De um celular, por exemplo, é possível falar com alguém no Japão. De um celular, entretanto, não é possível absorver o conhecimento prático de uma aula perdida.
Estar conectado 24 horas pode ser uma faca de dois gumes. Há um mundo real – material – pronto para ser descoberto. Às vezes vale mais ver com os próprios olhos do que observar através de uma telinha de cristal líquido. Às vezes vale mais ouvir de fato do que escutar por um fone de ouvido. Geração XYZ – a mistura de todas, como eu decidi chamá-la –, o futuro da humanidade está em suas mãos. Use o conhecimento do agora para aprimorar o relacionamento entre as pessoas. Jamais para distanciá-las.
Sábado, 8 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)
Porto-velhenses sofrem com a escassez de água potável
Entra governo, sai governo, e o problema do desabastecimento de água em Porto Velho persiste. Após oito anos no comando da capital, Hildon Chaves en

O mutirão de cirurgias da SESAU não pode parar
Sou testemunha do resultado resolutivo do mutirão de cirurgias que está em andamento em hospitais privados. Pacientes atendidos pela rede pública de

O conflito geopolítico na Ucrânia e o redesenho do mundo
A guerra na Ucrânia expôs as contradições do Ocidente e revelou que o mundo já não se organiza em torno de uma única hegemonia. Entre velhas pot

Entre a noite das sombras e o dia da luz
Na aldeia de São Martinho das Fontes, o tempo tinha a respiração lenta do sino. O povo, embalado por essa cadência e embebido pela maresia, guarda
Sábado, 8 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)