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Uma ponte para a Bacia do Pacífico


Vanderlei Oriani  - Gente de Opinião
Vanderlei Oriani

O mundo vem mudando aceleradamente. Uma das suas mudanças mais sensíveis ocorreu com a crise de 2008, que aconteceu internamente primeiro nos Estados Unidos, e mudou a forma de crescimento do mundo. Antes eram os EUA e a Europa que determinavam o crescimento da economia mundial, com índices mais elevados, puxando os outros países. Com a crise econômica global de 2008, a Crise do Subprime, foram os países em ascensão, como a Índia e, principalmente, a China comandando os países asiáticos que passaram a determinar o crescimento mundial, enquanto as antigas lideranças mundiais patinavam em torno de crescimento de, no máximo, 2%. Esta mudança foi determinante para que a Bacia do Pacífico passa-se a ser a região de maior crescimento, inclusive populacional, de vez que deve concentrar mais de 50% da população mundial até 2050. É um dado, sem dúvida, muito interessante, mas, em que isto afeta o Estado de Rondônia? Para nós, esta é uma oportunidade ímpar por causa de nossa localização geográfica. O futuro de Rondônia, é preciso lembrar que Porto Velho sempre foi uma capital cosmopolita, que começamos com a Madeira-Mamoré, que foi um investimento multinacional, está umbilicalmente ligado não apenas ao Brasil, como também aos portos do Pacífico e à sua Bacia, que pode ser um enorme estímulo ao desenvolvimento estadual. E, se olharmos num mapa, poderemos constatar que Costa Marques se situa a 1.050 quilômetros de um dos portos mais importantes do Chile, o de Iquique. E, para se ter acesso a Iquique, por terra a partir de Costa Marques, por meio de uma estrada já pavimentada, somente se precisa construir um simples ponte de 540 metros sobre o Rio Guaporé. O que torna a ideia ainda mais atrativa é que o custo de tal ponte, para ser feita dentro dos mais adequados padrões internacionais, é muito baixo, diríamos mesmo baixíssimo, apenas R$ 35 milhões! Isto, aliás, pode ser conseguido por uma emenda de qualquer parlamentar nosso ou, se houver um consenso, uma emenda conjunta deles. Não podemos perder uma oportunidade assim. Basta verificar que o Pacífico, hoje, é mais do que uma rota de comércio, pois, mais de 40% do intercâmbio global de mercadorias cruza suas águas. E, a partir de 2000, o intercâmbio comercial entre a China e a América Latina tem crescido 23% ao ano, uma taxa impressionante. A China é, hoje, o primeiro destino das exportações de Brasil, Chile e Peru. A economia do país asiático consome 40% de todo o cobre exportado no mundo, 47% do ferro e 53% da soja. E, como a China precisa se modernizar e incorporar mais ainda sua imensa população à uma economia menos agrária, sem dúvida, sua urbanização, que já está numa escala sem precedentes, deve aumentar ainda mais. Uma consequência inevitável é a diminuição da pequena (e ineficiente) agricultura com o aumento da demanda chinesa por matérias primas. Segundo dados chineses, nos últimos 35 anos, mais de 600 milhões de pessoas mudaram do campo para cidades, quase o equivalente a toda a população da América Latina. Só a demanda chinesa já justificaria fazer uma ponte, em Costa Marques, para termos acesso à Bacia do Pacífico. 

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