Quarta-feira, 22 de janeiro de 2020 - 09h46
Não se tem dúvida de
que, na briga pela cadeira que hoje pertence ao prefeito Hildon Chaves, os
embates politico-eleitorais girarão em torno da questão ética – uma bandeira
que o Partido dos Trabalhadores já empunhou forte e fartamente, especialmente
em Rondônia, até ser espatifado pelo aprendiz de barítono Roberto Jefferson,
num memorável dó de peito. Talvez por isso a possibilidade de o desembargador Walter Waltenberg – com o pé na aposentadoria
– filiar-se ao MDB e entrar na disputa pelo palácio Tancredo Neves venha
causando tanto entusiasmo entre segmentos da sociedade, porém, a meu ver, saúde
e educação influenciarão, decisivamente, na escolha dos eleitores que acorrerão
às urnas em outubro próximo.
Nos últimos anos, a saúde e a educação chegaram
ao fundo do poço. Estão brincando com coisas sérias. Poucas vezes, duas
importantes áreas de governo foram tão absurdamente negligenciadas, relegadas a
um plano secundário, como agora. Não por acaso, os meios de comunicação vêm,
aqui e ali, acompanhando e levando ao conhecimento da opinião pública fatos
lamentáveis envolvendo esses essenciais setores da administração, como
principais protagonistas, numa demonstração inequívoca de que alguma coisa não
vai bem, e cujas razões ainda não foram devidamente elucidadas. Dizer que esse
ou aquele secretário vem se esforçando (e não poderia ser diferente) para
identificar os problemas e propor soluções, é muito pouco, não mais convence,
exceto os áulicos palacianos. Infelizmente, ao que parece, a realidade pouco
tem alterado a disposição dos que, nomeados para postos de mando, para resolver
os problemas que afligem a população, continuam usando a função para andarem na
contramão dos serviços que deveriam prestar.
As justas e recentes manifestações da sociedade contra o caos que impera na saúde e educação apenas reforçam o que se tem dito e repetido, ou seja, ambos viraram casos, não de polícia, mas de justiça, e essa situação precisa de uma intervenção firme, efetiva e eficaz por parte das instituições responsáveis pela defesa dos interesses da população. Além da questão ética, saúde e educação terão peso decisivo na disputa eleitoral de outubro. Aguardemos, pois, o desenrolar dos acontecimentos.
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