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Academia de Letras, símbolo de paz



João Baptista Herkenhoff

A Academia Espírito-Santense de Letras elegeu dois novos membros: Jeanne Bilich e Jorge Elias Neto. Cuidarei, neste texto, de Jeanne Bilich, que sucede a Waldyr Vitral, na cadeira número 7. De Jorge Elias Neto tratarei em artigo posterior.

Jeanne Bilich declarou numa entrevista:

“Somente com os fios da coragem, do arrojo e da audácia é possível tecer a tapeçaria da vida. E ela, a vida, cumpre fielmente a sua parte: está sempre a nos acenar. Os desafios que alfinetam nosso cotidiano, nada mais são do que mãos magnéticas a irradiar chamamentos, tentando-nos com hipnóticos convites, buscando nos atrair para a exploração de inovadoras trilhas.”

Creio que foi com esse espírito libertário, com essa vocação para atender o chamado de mãos magnéticas que Jeanne Bilich ingressou no quase centenário sodalício capixaba. E como esse ingresso enriquece nossa arcádia!

No seu ofício de cronista, a novel acadêmica declara-se amante dos leitores. Busca sempre levar algo novo para eles: uma reflexão, um acréscimo ao cotidiano, um consolo ou um afago.

Jeanne presenteou-me com um livro de sua autoria, enriquecido com uma dedicatória fraterna: “Zeitgeist – Espírito do Tempo”. Obra maravilhosa que vazei noite a dentro para ler de um jato só!

Zeitgeist é um vocábulo do idioma de Goethe, que pode ser traduzido como espírito da época, ou espírito do tempo. O tempo carrega uma alma, é marcado por uma essência. Qual é esta essência que Jeanne Bilich perseguiu e alcançou no seu livro? Parece-me que é aquela que só se atinge quando se tem a sensibilidade de perceber os laços que tecem a História, que ligam os seres humanos ao seu destino comum, como a recém acadêmica fez. A filha do refugiado politico croata nasce no Rio de Janeiro e vem para Vitória. O que desejava aquele sonhador de Zagreb? O que sonha nossa cronista capixaba? O que queremos todos, acima de nacionalidades, ideologias e credos, senão realizar o sonho impossível, este impossível que alimenta nossas lutas mas que um dia, quem sabe, pode tornar-se real.

Os países entram em guerra, quase sempre por razões econômicas. Governos lançam condenações sobre povos e lhes apõem etiquetas humilhantes. O ódio é tão grande que alcança até imigrantes que cruzaram os oceanos. Se as guerras exigissem plebiscito, para serem declaradas pelos governos, o mundo viveria em paz. O homem comum, o lavrador, o operário e o poeta amam a Paz. Quem manipula as guerras são os fabricantes de armas e outros agentes sociais perniciosos. O livro de Jeanne é uma mensagem de paz.

João Baptista Herkenhoff é Livre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo, magistrado aposentado e escritor.
E-mail: jbherkenhoff@uol.com.br
CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/2197242784380520


 

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