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A Volta das Maritacas políticas do Centro-Oeste: um Alerta para a Política do Distrito Federal


Vasco Vasconcelos - Gente de Opinião
Vasco Vasconcelos

A esperteza dos falsos políticos do Distrito Federal é notória e preocupante. Essas maritacas parecem ter esquecido, ou preferem esquecer, das dezenas de escabrosos casos de corrupção que mancharam Brasília nos últimos anos. Todavia, aproveitando-se da memória curta da população, esses políticos se reúnem novamente em bandos, buscando retornar à cena do crime com a mesma audácia e descaramento de sempre.

Eles ignoram que a capital do país foi marcada por escândalos graves, como o esquema conhecido como “Mensalão do DEM”, que envolveu propinas a deputados e governadores. Isso demonstra uma repetição perversa da história, que alimenta a desconfiança e a frustração do eleitorado local.

Eu pensava que, com o advento da perniciosa conquista da autonomia política do Distrito Federal, Brasília seria um exemplo de política eficaz e moralidade pública, um verdadeiro modelo para o país. Ledo engano. Em vez disso, inúmeros personagens que poderiam prestar relevantes serviços à capital desistiram da política, frustrados com o ambiente dominado pela frivolidade e desonestidade.

Assim, as oportunidades foram tomadas por figuras que não possuem visão gerencial nem compromisso com o interesse público, perpetuando a má administração e o descaso com a população. O Distrito Federal, que poderia ser um orgulho nacional, permanece refém de uma elite política que repete os mesmos erros, afastando qualquer possibilidade real de transformação para melhor.

As maritacas no Distrito Federal, segundo especialistas em ornitologia, apresentam sazonalidade relacionada ao seu ciclo reprodutivo, que ocorre aproximadamente entre os meses de novembro a março, período em que os alimentos são mais abundantes, propiciando o aumento dos bandos dessas aves. Tais aves, que encantam crianças e idosos, costumam se reunir em grupos maiores durante a época de fartura, o que pode ser associado à observação popular das suas "idas e voltas" em busca de alimentos, às vezes causando transtornos, como danos a plantações.                    

Comportamento esse que reflete um padrão natural de aparecimento e desaparecimento durante o ano, dando a impressão de que "desaparecem" e "reaparecem" em bando.

Quanto à política no Distrito Federal, desde a conquista da autonomia política, o cenário tem sido marcado por diversos casos de corrupção que envolvem figuras políticas tradicionais, muitas vezes relacionadas pejorativamente como "maritacas" ou "raposas políticas". Esses políticos, mesmo após serem afastados e presos por escândalos, frequentemente tentam retornar à cena política, assim como as maritacas, causando preocupação entre a população por retomarem práticas que prejudicam a gestão pública e a confiança nas instituições.

Esses episódios afetaram a imagem política local e resultaram na prisão de dezenas de políticos, o que tem sido motivo de vergonha para os cidadãos do Distrito Federal.

Quando se fala em maritacas no Centro-Oeste, pode-se imaginar essas aves que retornam em bandos, mas no cenário político do Distrito Federal as "maritacas" simbolizam figuras políticas antigas, pálidas e peçonhentas que, apesar dos escândalos de corrupção que os marcaram no passado recente, articulam um retorno à cena política.

Este escritor e jurista tem retratado com preocupação essa realidade, onde há uma ameaça latente de que essas raposas políticas, desprezando o respeito da população pela capital, persigam seus interesses escusos e prolonguem o desgaste das instituições públicas.

É doloroso constatar que essas figuras não demonstraram o mesmo desprendimento de grandes atletas que souberam abandonar suas carreiras no auge da fama, preservando suas reputações e cultuando o respeito do público, como Pelé, Zico, Falcão, Ana Paula Henkel, Tostão, Ronaldo e tantos outros atletas.

O que se observa, porém, é que os políticos tradicionais no Distrito Federal parecem preferir apodrecer no poder, ignorando que a época exige renovação ética, comprometimento com a geração de emprego e renda e transparência na gestão pública.

Neste momento em que a democracia se prepara para um novo ciclo eleitoral, a população do Distrito Federal tem uma oportunidade crucial: dizer não a essas maritacas e gafanhotos que insistem em impedir o avanço social e político da capital.

Destarte, torna-se imperioso e urgente dar espaço a novos valores, às pessoas ilibadas que possam oxigenar a política com ética e compromisso com o interesse público. O desafio é grande, mas a renovação é essencial para a reconstrução da confiança e para o fortalecimento das instituições.

O alerta do escritor e jurista Vasco Vasconcelos é claro: é necessário que o eleitor esteja atento, vigilante e consciente da escolha, para que o ciclo de corrupção e estagnação não se repita.

A história recente mostra que o poder, quando inexpurgado das más práticas, pode ser fonte de grave prejuízo para a cidadania. Que as eleições de 2026 sejam um marco na defesa da decência, da honestidade e do progresso no Distrito Federal.

Por fim, que a política local inspire-se nos exemplos dos grandes atletas que souberam sair de cena com dignidade e sejam capazes de renovar a esperança da população, dando espaço para lideranças comprometidas com o futuro, livres das sombras do passado, capazes de construir uma capital mais justa, próspera e ética.

Este artigo, titulado "A Volta das Maritacas do Centro-Oeste: Um Alerta para a Política do Distrito Federal", aborda as preocupações de Vasco Vasconcelos com as figuras políticas tradicionais que se articulam para retornar ao poder no Distrito Federal, destacando a necessidade urgente de renovação ética e respeito ao eleitor brasiliense  na aproximação das eleições de 2026.

Por Vasco Vasconcelos, escritor, jurista, jornalista, administrador, compositor e abolicionista contemporâneo

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