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A CRIAÇÃO DO CONEGRO



A sociedade brasileira caracteriza-se por uma pluralidade étnica, sendo este produto de um processo histórico que inseriu num mesmo cenário três grupos distintos: portugueses, índios e negros de origem africana.

Esse contato favoreceu o intercurso dessas culturas, levando à construção de um país inegavelmente miscigenado, multifacetado, ou seja, uma unicidade marcada pelo antagonismo e pela imprevisibilidade.

Apesar do intercurso cultural descrito acima, esse contato desencadeou alguns desencontros, as diferenças se acentuaram, levando à formação de uma hierarquia de classes que deixava evidente à distância e o prestígio social entre colonizadores e colonos.

Os índios e, em especial, os negros permaneceram em situação de desigualdade situando-se na marginalidade e exclusão social, sendo esta última compreendida por uma relação assimétrica em dimensões Múltiplas – econômica, política e cultural.

Sem a assistência devida dos órgãos responsáveis, os sujeitos tornam-se alheios ao exercício da cidadania.

O preconceito afeta não apenas o destino externo das vítimas, mas a sua própria consciência, já que o sujeito passa a se ver refletido na imagem preconceituosa apresentada, muitos negros são induzidos a acreditar que sua condição inferior é decorrente de suas características pessoais, deixando de perceber que fatores externos, isto é, assumem a discriminação exercida pelo grupo dominante.

Nesse momento, surge a idealização do mundo branco e a desvalorização do negro, construindo-se a seguinte associação: o que é branco é bonito e certo, o que é negro é feio e errado. (ex. dia negro, ponto negro, fase negra, coisa preta, etc.).

A criação do Conselho Municipal do Negro, pode não resolver todos os problemas da comunidade negra em Porto Velho, mas abre uma enorme janela para as discussões embasadas em processos e experiências vividas por muitos dos negros brasileiros que vivem e militam em nossa cidade.

Carlinhos maracanã
Cine zumbi
CONEGRO

Foto ilustrativa
Fonte: Waléria Menezes.
(O preconceito racial e suas repercussões na Escola).




II CONAPIR

Com a presença de centenas de delegados (inclusive de Porto velho), eleitos em suas respectivas bases e muitos convidados, entre os quais autoridades do mundo artístico e da política nacional, foi realizada em Brasília, de 25 a 28 de junho a II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial. 

Temas como a intolerância religiosa, a titulação e demarcação das terras quilombolas, assim como o estatuto da igualdade racial, a violência no Brasil e no mundo foram debatidos ostensivamente, não só com delegados, mas por diversos especialistas presentes no encontro, como o embaixador da ONU Martin I. Uhomoibai, presidente do conselho de Direitos Humanos. 

Na mesa de abertura. a grande ausência sentida foi a do presidente Lula, que aparecia no programa oficial da conferência e foi aguardado até o último momento. 

Em discurso forte e bastante aplaudido. O ministro Edson Santos (SEPPIR), fez um balanço da situação e dos desafios no qual a questão racial passa no momento. Dos participantes do evento, o grupo de maior expressão foi o de religiosos de matrizes africana, seguido da juventude negra que curtiu ídolos como Racionais Mcs, Rappin Hood e Rap Gog, que se apresentaram no segundo dia do evento. 

A grande discussão ficou em torno do Estatuto da Igualdade Racial, que tramita no Congresso há mais de dez (10) anos, com dificuldades de aprovação, para muitos militantes o estatuto como está será um engodo para a população negra, já para outra corrente, é a única chance que o documento tem para ser aprovado. 

Venceu a tese de aprovar o estatuto da forma como está, acrescido de alguns pontos, no encerramento do evento, apesar das discussões inflamadas, finalmente foi aprovada a defesa do Estatuto da Igualdade Racial e também de uma articulação para que o novo texto garanta os direitos das comunidades. 

O que causa estranheza é o fato de delegados se deslocarem até Brasília para a Conferência e ninguém soube de nada, que papel foram representar com diárias e tudo mais, esse ainda é um grande problema com relação a participações em congressos, seminários entre outros, que acontecem e não se divulga nada, ninguém diz nada sobre esse encontros e não é a primeira vez , como já aconteceu em Fóruns da Amazônia entre outros. 

Isso sempre acontece, é preciso rever essas representações, para passear, o Banho do Rio Preto é uma grande opção e mais barato.

Carlinhos Maracanã

Fonte: Revista Raça Brasil.

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