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Relação entre Brasil e França pouco muda com a eleição


Agência O Globo PARIS - Qualquer que seja o candidato eleito neste domingo para a Presidência da França, a socialista Ségolène Royal ou o direitista Nicolas Sarkozy, não haverá grandes mudanças na política externa francesa em relação ao Brasil. O futuro ocupante do Palácio do Eliseu confirmará tanto o apoio à entrada do país no Conselho de Segurança das Nações Unidas, como resistirá à abertura do mercado agrícola europeu, avaliam analistas em Paris. Na verdade, a América Latina em geral e o Brasil em particular não foram mencionados na campanha eleitoral. O que não é de estranhar, porque as questões de política externa - com a exceção do futuro da Constituição européia e a adesão da Turquia è União Européia (UE) - foram praticamente ignoradas na campanha. Além da Europa, as relações com os Estados Unidos e a Rússia, o Oriente Médio, a Ásia e a África sempre aparecem mais importantes que a América Latina, constata Alfredo Valladão, professor do Instituto de Estudos Políticos de Paris. No caso de vitória de Sarkozy, a política externa francesa vai estar mais preocupada com as relações inter-européias e transatlânticas (com os EUA). Outra prioridade será a questão da emigração e, portanto, a relação com os países do Mediterrâneo. O Oriente Médio, e particularmente o problema do nuclear do Irã, também estarão no centro da agenda. Se Royal vencer, as prioridades externas serão mais ou menos as mesmas, sempre com a Europa em primeiro lugar. Com relação aos EUA, espera-se dela uma atitude mais pragmática e não confrontante , inspirada na política de seu mentor, François Mitterand (presidente francês de 1981 a 1995). Ela já fez pronunciamentos mais hostis ao programa nuclear iraniano do que Sarkozy. Royal prioriza relações com a África (especialmente o o Magreb), não só para tratar da questão de emigração de maneira diferente do candidato conservador, como para agradar a ala terceiro-mundista , bastante forte dentro do Partido Socialista. O governo brasileiro está dividido. Há simpatia por Royal, pela proximidade com socialistas franceses. Mas, realisticamente, a relação sempre funcionou bem com a direita, com Jacques Chirac. Royal tem mais proximidade com o Brasil. Seu engajamento por uma democracia participativa é em parte inspirada na experiência do PT. Ela esteve em Porto Alegre numa das edições do Fórum Social Mundial, com seu companheiro, o secretário-geral da PS, François Hollande, e desde então reforçou a idéia de encorajar orçamentos participativos, por exemplo. Logo que foi confirmada como candidata do PS, seu plano era visitar Brasil e África do Sul, para indicar experiências novas na política, diz o professor Luis Felipe Alencastro, da Sorbonne. Por problema de agenda, em pleno mês de janeiro no Brasil, a socialista alterou o plano e partiu para a China, Líbano, Israel e Palestina, onde seus problemas de domínio na área externa começaram a ser explorados. Foi na posse de Michelle Bachelet, no Chile, que ela praticamente lançou sua candidatura à Presidência. Em almoço em Santiago com Bachelet e o presidente que saia, Ricardo Lagos, Royal explorou amplamente a experiência de centro-esquerda que deu estabilidade ao Chile nos últimos dez anos. É o que ela quer reproduzir na França, já que a esquerda não tem como governar sozinha. O PS francês sempre teve boa relação com o PT. Mas o grupo que dominava o partido até agora era da corrente do ex-primeiro-ministro Lionel Jospin, ex-trotskistas, que não cessavam de ir a São Paulo, até pela ligação com Marta Suplicy e seu marido, Luiz Favre. Agora, há mais que uma mudança de geração. Royal conseguiu ganhar a disputa interna no PS pela candidatura contra elefantes do partido. Sua vitória sela a derrota definitiva de Jospin, que apareceu isolado, ultrapassado e marginalizado. O PT continuará tendo seus contatos próximos com os socialistas. Só que nos próximos anos o PS francês vai estar totalmente voltado para o debate interno. O velho PS, com ideologia radical e próxima do Partido Comunista e dos trotskistas, está agonizando. Mas ainda está para surgir o próximo PS com uma prática social-democrata assumida e conseqüente. As dores do partido serão tão fortes que as relações com os ditos partidos irmãos passarão para o segundo plano, ainda mais se Ségolène for eleita , diz Valladão. Quanto a Sarkozy, observadores em Paris lembram de uma de suas poucas intervenções sobre América Latina, num congresso. O primeiro orador, o espanhol Mariano Rajoy, líder do Partido Popular (direita), fez um discurso vexatório, limitando-se a apontar práticas demagógicas e populistas na região. Sarkozy tratou de destacar o contrário, notando que a América Latina ajudava a reinventar a política, citando diretamente o Brasil. (Assis Moreira | Valor Econômico)

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