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OIT: Mais de 40% do tráfico de pessoas é para exploração sexual



Mariana Jungmann 
 

Foz do Iguaçu (PR) - A exploração sexual responde por 43% de todo o tráfico de seres humanos no mundo, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).  No entanto, pouco mais se sabe sobre esse crime que atinge mulheres, crianças, adolescentes e principalmente prostitutas que vão para o exterior na esperança de ganhar mais dinheiro.

"É um crime muito difícil de visualizar, mas sem dúvida a modalidade mais comum – não só na Argentina, mas em toda a região – é a exploração de mulheres", afirmou o coordenador do programa de prevenção ao tráfico de pessoas do Ministério da Justiça argentino, Julio Cesar Frutos.

Ele participa, na cidade, da Oficina de Cooperação e Coordenação Policial no Mercosul e Chile para o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, promovida pela OIT para aproximar as autoridades dos países do Cone Sul no combate a esse tipo de crime.

"Todas as comunidades vêem com alarme que há muitos casos de exploração sexual, sobretudo as comunidades que têm algum carisma, alguma habilidade. E conseqüentemente também são as comunidades vulneráveis, que não têm acesso ao mercado de trabalho", explicou.

Também para Taís Faria, coordenadora do Projeto de Combate ao Tráfico de Pessoas da OIT, há falta de oportunidades nessas comunidades. "As mulheres desejam tanto ter um futuro melhor, que não existe no lugar de origem delas, que acreditam em propostas que seriam facilmente identificáveis como suspeitas", disse.

Segundo ela, não há um perfil definido das mulheres vítimas, nem dos aliciadores. Eles podem estar organizados em grandes redes, que levam grupos de até 30 mulheres para o exterior e utilizam documentos falsos. Ou pode ser um parente ou amigo que mora fora e convida para estudar ou trabalhar – mas quando ela chega lá descobre que o trabalho é prostituição e que, com a dívida contraída com os custos da viagem, não pode se recusar, nem voltar para casa.

"Uma coisa liga todas elas e não é a pobreza – porque nem sempre as vítimas são muito pobres -, mas a falta de oportunidades onde elas estão", completou Taís Faria.

Ela explicou ainda que uma das dificuldades em identificar casos de tráfico de mulheres, e conseqüentemente juntar dados, é que as próprias vítimas não denunciam porque não se enxergam como vítimas.

"Primeiro, elas acham que assumiram um risco e, se deu errado, têm que aceitar as conseqüências. Segundo, no caso das que já eram prostitutas no país de origem, acham que estavam cometendo um crime e evitam a polícia. Mesmo que no Brasil, por exemplo, não seja crime se prostituir. E mesmo que elas tenham sido enganadas sobre as condições do trabalho", finalizou.


 

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