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Ministro brasileiro descarta suspensão do abastecimento do gás boliviano


Agência O Globo RIO, HOUSTON, LA PAZ E CARACAS - O ministro de Minas e Energia do Brasil, Silas Rondeau, disse nesta terça-feira que não há risco no curto prazo de suspensão do abastecimento do gás natural vindo da Bolívia para o Brasil. Um ano depois da ocupação de tropas bolivianas nas refinarias da Petrobras na Bolívia, o governo do país afirmou que assumirá o controle pleno de toda a produção interna de gás natural e petróleo a partir desta quarta-feira. O governo boliviano e a Petrobras, no entanto, divergem sobre o significado da formalização desses contratos. Para o presidente interino da estatal boliviana YPFB, Guillermo Aruquipa, a medida significará que a empresa do governo passará a assumir o "controle total" da produção, transporte, distribuição e exportação de gás e petróleo. O governo boliviano afirma que as empresas, inclusive a Petrobras, passarão a ser prestadoras de serviço no país. A empresa brasileira, porém, nega que os novos contratos (três dos 44 contratos são com a Petrobras) signifiquem que a YPFB passará a ter o "controle" de toda cadeia produtiva do setor de hidrocarbonetos. "Isso não existe", afirmou um assessor ( leia mais na matéria da "BBC Brasil"). O dia do trabalho também foi marcado por nacionalizações na Venezuela, onde houve a tomada de uma planta processadora na faixa do Orinoco. Na avaliação de Miriam Leitão, houve um "show de demagogia" por parte de ambos os presidentes já que, na prática, não houve qualquer novidade nos anúncios. Dos Estados Unidos, em entrevista por telefone, Rondeau afirmou ainda que não houve quebra unilateral de contrato entre a Bolívia e a Petrobras. - Eu não acredito em qualquer confisco. Não temos nenhuma indicação de qualquer medida unilateral por parte do governo boliviano no que se refere aos contratos da Petrobras nem na área de exploração e produção, nem tampouco com respeito às refinarias. O presidente da estatal boliviana YPFB, Guillermo Aruquipa, anunciou em cadeia de rádio que os técnicos da empresa já se dirigiram a todos os campos produtores e instalações de armazenamento e bombeamento para marcar a "hora zero" do novo regime. Ele fez questão de ressaltar, no entanto, que trata-se apenas de um gesto simbólico e que as exportações para Brasil e Argentina não serão afetadas. - Será um corte simbólico. Em cada planta, em cada unidade de produção, existe um medidor no qual é marcado marcado um volume. Vamos zerá-lo e, a partir deste momento, vamos controlar nós mesmos todas as quantias que estão sendo produzidas e que serão exportadas - garantiu. A Petrobras disse que, por enquanto, os anúncios não alteram sua forma de atuação na Bolívia. Também em Houston, o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, afirmou que segue dialogando sobre a indenização a ser recebida em função da tomada das refinarias da estatal pelo governo boliviano. Morales descarta expropriação e expulsão de empresas Em discurso na Praça Murillo, em La Paz, o presidente da Bolívia, Evo Morales, defendeu as medidas e explicou que a nacionalização teve que ser moderada, sem expulsão ou expropriação das empresas estrangeiras. - Entendendo que a Bolívia necessita de investimento, era impossível confiscar as empresas - justificou Morales, ao afirmar que nas primeiras duas nacionalizações feitas pelo país, em 1937 e 1969, o estado el Estado expulsou as petroleiras mas logo teve que privatizar novamente a gestão do setor de petróleo e gás. O problema mais grave, disse, é que a Bolívia não tem muito dinheiro para investir. Morales também afirmou que os ganhos do país com o gás foram triplicados, chegando a US$ 1,620 bilhão em 2006 graças ao fato de a Bolívia ter elevado para 82% a carga de impostos das petroleiras. As empresas ficam com 18% do valor de sua produção. Morales não falou sobre as duas refinarias da Petrobras e das subsidiárias de outras grandes empresas que, de acordo com a imprensa local, poderiam passar nesta terça-feira para as mãos do Estado. O ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, afirmou que as refinarias, a empresa Andina, filial da Repsol, a Chaco, da British Petroleum, a Transredes, da Shell e da Ashmore; e uma companhia de armazenagem de carburantes, de capital alemão e peruano, serão do estado, mas não especificou quando. Para o presidente boliviano Evo Morales, elas devem ser vendidas ao Estado pelo preço que foi pago pela Petrobras (em torno de US$ 70 milhões). Para a Petrobras, depois dos investimentos realizados, o correto é que o governo boliviano pague o preço de mercado (mais de US$ 200 milhões). A imprensa local também esperava anúncios sobre a empresa de telefonia Entel, de propriedade da Telecom Italia. Nesta terça-feira, uma missão boliviana viajou à Roma para explicar à Telecom Italia e ao Parlamento a o motivo da sua nacionalização. Também havia a expectativa de anúncios na área de mineração, como a reincorporação de algumas concessões de minas à estatal do bolilviana Comibol. O partido de Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS) já afirmou na véspera do Dia do Trabalho que o governo prosseguirá com a nacionalização dos recursos naturais do país. Apesar de contar com o apoio popular, Evo Morales enfrenta greves e paralisações, além da ameaça separatista de províncias mais ricas. Na segunda-feira, cerca de 400 sindicalistas tomaram as ruas da capital La Paz e o ministério da Saúde foi invadido. Na Venezuela, ocupações de instalações petrolíferas Na Venezuela, à meia-noite, o complexo petrolífero Criogênico José, no Estado de Anzoátegui, foi ocupado por trabalhadores petroleiros que vestiam camisetas vermelhas nas quais se lia "Sim à nacionalização". Na véspera do 1º de maio, Chávez ainda anunciou três medidas:disse que vai aumentar o salário mínimo, diminuir a jornada de trabalho e deixar o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, organizações que, de acordo com ele, servem aos interesses do Norte. O presidente venezuelano ameaçou ainda se retirar da Organização dos Estados Americanos (OEA) caso receba críticas por não renovar a licença da rede privada Radio Caracas Televisión (RCTV), que vence em 26 de maio. Em Cuba, apesar das recentes afirmações de Evo Morales de que Fidel Castro retornaria ao poder neste 1º de maio, o líder cubano não participou da Marcha pelo Dia do Trabalho. Castro não apareceu à tradicional comemoração do Dia do Trabalho, mas publicou um artigo alinhado com o discurso de Chávez contra o etanol. Um novo editorial assinado por Castro foi publicado nesta terça-feira com críticas ao uso de combustíveis elaborados a partir de alimentos, como o etanol. Não há no texto nenhuma menção a seu estado de saúde. Fidel Castro, de 80 anos, não tem sido visto em público desde 26 de julho passado, cinco dias antes de transmitir "temporariamente" o poder a seu irmão Raúl.

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