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Maduro poderá enfrentar dificuldades para implementar reformas na Venezuela, avalia diretor da FGV


Cristina Indio do Brasil
Agência Brasil

Rio de Janeiro – A pequena diferença de votos na vitória de Nicolás Maduro sobre o candidato da oposição, Henrique Caprilles, nas eleições para a Presidência da Venezuela (50,66% dos votos, contra 49,07% - menos de 234 mil votos), poderá trazer dificuldades para o novo governo implementar as reformas necessárias a fim de colocar a economia venezuelana no bom rumo. A valiação é do diretor executivo do Centro Latino-Americano de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Marlos Lima.

"Embora o Executivo, lá, tenha um poder muito forte sobre o próprio Congresso, mesmo assim, a coalização ficou difícil. Com uma margem pequena [diferença de votos entre o presidente eleito e o candidato da oposição] e ainda com tanta dificuldade para enfrentar o poder político, [o novo governo] tende a ficar mais frágil, ainda mais, com um dever de casa como tem agora", disse.

Para Marlos Lima, o candidato da oposição Henrique Caprilles pode se beneficiar com o pouco tempo que o presidente eleito vai ter para resolver os problemas econômicos do país, diante do resultado da eleição que deixou evidente a divisão política na Venezuela. "O grau de dificuldade que Nicolás Maduro enfrentará a partir de agora para dar conta dos problemas da Venezuela, sem o carisma do Chávez, é tão grande, que isso pode vir a beneficiar o candidato da oposição. Acho que ele não precisa se esforçar muito não. É questão de tempo para que o governo faça o dever de casa que tem que fazer. As dificuldades são tantas que este tempo pode ser um fator positivo para a oposição", ressaltou.

O diretor executivo do Centro Latino-Americano de Políticas Públicas da FGV disse ainda que a eleição foi um sinal amarelo para a sociedade venezuelana. O fato da oposição ter uma votação tão expressiva, segundo ele, mostra que a sociedade tem preocupações quanto aos rumos atuais do país. "Todos sabemos dos problemas da Venezuela desde inflação, corrupção, violência, concentração de renda e, especialmente, a dependência do petróleo. Quase 100% das exportações da Venezuela são de petróleo, então, não há uma política de investimentos em um ambiente político suficientemente claro para permitir esse crescimento de forma sustentável. A sociedade se manifestou de forma surpreendente. Pra mim foi surpreedente o resultado que a oposição conseguiu", explicou.

De acordo com o economista, o presidente Maduro não tem as características do presidente Hugo Chávez, mas faz parte de um governo baseado em poíticas sociais e por isso, também, a diferença de votos na eleição surpreendeu. "Um resultado como este a despeito de todos os esforços do governo foi surpreendente. Pode ter um impacto no tipo de gestão que o novo presidente vai imprimir ao país. Provavelmente, o Maduro vai precisar de mais apoio internacional para se legitimar. Mas tudo depende da coalização de forças que terá agora. O partido governista é formado de diversas frentes e com resultado tão apertado a margem de manobra do Maduro fica cada vez mais estreita", disse.

Marlos Lima também falou sobre as relações do Brasil com a Venezuela. Segundo ele, o país é um parceiro importantíssimo para o Brasil e tem uma posição geopolítica relevante na América do Sul. "É um dos maiores produtores de petróleo do mundo. É um membro recente do Mercosul com o qual temos uma relação comercial forte. A Venezuela importa praticamente tudo que ela consome de produtos manufaturados e nós somos um grande fornecedor", declarou.
 

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