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Embaixador Brasil no Egito apoia dissolução Parlamento


 
Luciana Lima
Agência Brasil

Brasília - O embaixador do Brasil no Egito, Cesário Melantonio Neto, considerou a decisão de dissolver o Parlamento egípcio e de suspender a Constituição do país como o “caminho mais natural” para se estabelecer a democracia no país. De acordo com o embaixador, não há como construir um governo democrático com um Parlamento eleito sob suspeita de fraude e com uma Constituição redigida sob um regime ditatorial.

“Esse é o caminho mais natural para a democracia no Egito. Podemos até comparar com a história do Brasil. Em nossa transição para a democracia, após o regime militar, precisamos de um novo Parlamento e formamos a Assembleia Nacional Constituinte, que elaborou uma nova Constituição para o país, regida por valores democráticos”, explicou o embaixador em entrevista à Agência Brasil.

A decisão de dissolver o Parlamento e de suspender a Constituição foi anunciada hoje (13) pelo Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito, que governa o país desde a queda do ex-presidente Hosni Mubarak na última sexta-feira (11).

O parlamento egípcio foi eleito em novembro de 2010. As suspeitas de fraudes nas eleições eram fortes e a população não acreditava que Mubarak havia conseguido 97% dos assentos. A Irmandade Muçulmana, partido de oposição à Mubarak, disse que a fraude nas eleições havia eliminado sua presença no Parlamento. Com isso, a reeleição de Mubarak nas eleições presidenciais desse ano estaria garantida.

De acordo com o embaixador, a decisão do Conselho Supremo das Forças Armadas de manter interinamente nos cargos os ministros de Mubarak, inclusive o primeiro-ministro Ahmed Shafiq, se deu por razões meramente econômicas e não se sabe até quando os interinos ficarão no poder. “Seria arriscado não mantê-los neste momento. Mas não se sabe até quando eles ficarão”, afirmou.

Os protestos contra Mubarak paralisaram o país e provocaram prejuízos econômicos em vários setores, com efeitos nos bancos, na bolsa de valores, no turismo. “O comércio parou”, detalhou o embaixador. Antes do início dos protestos, organismos internacionais que previam um crescimento da economia egípcia em torno de 6,5% para 2011 passaram a reestimar esse percentual em 3,7% após o início das manifestações.

Outro problema grave no Egito é o desemprego, fator que impulsionou as manifestações contra o governo de Mubarak. Cerca de 60% da população tem menos de 30 anos e nesta faixa o desemprego atinge 90%.

Hoje (13), pela manhã, manifestantes continuaram ocupando a Praça Tahrir, no centro do Cairo, mesmo diante da resistência dos militares empenhados em remover a população do local. A praça foi principal palco dos protestos populares iniciados no dia 25 de janeiro, pedindo a saída do presidente.

No entanto, de acordo com o embaixador brasileiro, as manifestações de hoje não tinham o mesmo caráter político registrado antes da queda do ditador. A maior parte dos manifestantes pertenciam a grupos organizados de trabalhadores reivindicando melhores condições de trabalho e pagamento de salários atrasados desde o final do ano passado.

"A embaixada brasileira fica bem perto da praça e o que pude observar eram manifestações com um caráter mais trabalhista do que político. Houve manifestações de operários, trabalhadores de empresas estatais e outros trabalhadores sindicalizados. Havia até protesto de policiais civis reivindicando melhores condições de trabalho. São outros grupos ocupando o mesmo palco”, comentou.

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