Segunda-feira, 22 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Mundo - Internacional

Diálogo social e políticas econômicas ajudaram o Brasil



Roberta Lopes
Agência Brasil


Brasília - O diálogo social foi um dos elementos fundamentais para que o Brasil pudesse sair rapidamente da crise financeira internacional, iniciada em 2008. Além disso, as políticas sociais combinadas com políticas macroeconômicas também foram decisivas para a saída da crise. As conclusões fazem parte de um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) intitulado Estudos sobre Crescimento com Equidade – Brasil: Uma Estratégia Inovadora Alavancada pela Renda.

O estudo, divulgado hoje (22), mostra que o Brasil criou mais de 3 milhões de empregos formais nos últimos dois anos e atingiu um crescimento econômico de mais de 7% em 2010, voltando aos níveis pré-crise. Contudo, o crescimento econômico e do emprego não aumentaram no mesmo ritmo. Apesar disso, a informalidade no mercado de trabalho e a desigualdade de renda foi reduzida mesmo durante a crise.

Segundo o estudo, políticas sociais adotadas pelo governo brasileiro durante a crise foram benéficas como o aumento contínuo do salário mínimo, o aumento do valor de benefícios como o Bolsa Família e a extensão do seguro-desemprego por dois meses. Pelo lado das políticas econômicas, houve a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis que pode ter contribuído para a manutenção de 50 mil a 60 mil empregos. Além disso, cerca de 25 milhões de empregos são dependentes direta ou indiretamente da produção de veículos.

Ainda em relação a medidas macroeconômicas, o governo também procurou fazer com que seus bancos públicos colocassem à disposição crédito para as empresas brasileiras num momento em que os bancos privados estavam reduzindo essa oferta. Essa política permitiu que não só as grandes empresas, mas também as médias e as pequenas tivessem acesso ao crédito.

Outras medidas adotadas pelo governo que tiveram impacto positivo no enfrentamento da crise foram a expansão do Programa de Aceleração dos Crescimento (PAC) e a criação do programa Minha Casa, Minha Vida, que tinha como meta a construção de 1 milhão de casas para famílias de baixa renda entre 2009 e 2010. Juntos, eles impulsionaram a criação de empregos em diversos setores.

Essas ações tiveram como resultado o crescimento do emprego já em fevereiro de 2009, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4,2% no quarto trimestre de 2009 e, em 2010, esse crescimento foi de 7,5%, o que ultrapassa os níveis pré-crise.

O estudo aponta ainda que o Brasil precisa fortalecer e aperfeiçoar as políticas de emprego. Pelo estudo, a prorrogação do seguro-desemprego poderia ter sido estendida a mais setores afetados pela crise. Dados do estudo apontam que a cobertura efetiva do seguro-desemprego é de 7% dos trabalhadores, sendo que, na maioria dos países emergentes, essa cobertura é maior. No Chile, a cobertura efetiva chega a 20% e na China e na Turquia, a 13%.

O Brasil deve se preocupar em melhorar os regimes de manutenção de emprego. Em alguns casos, o diálogo social foi usado para reduzir o número de demissões. Entre as ações adotadas destaque para os desligamentos temporários e as férias coletivas. Contudo, durante a crise, as indústrias demitiram um grande número de trabalhadores. As empresas poderiam ter reduzido a carga de trabalho com redução de salários combinada a compensações do governo.

O relatório diz também que os programas de proteção social, como o Bolsa Família, devem ter como iniciativas futuras a integração dos beneficiários a empregos produtivos, de qualidade e decentes. Maiores investimentos em habilidades básicas e treinamento vocacional, na intermediação de mão de obra, maior disponibilidade de creches e de serviços de assistência infantil poderiam melhorar o acesso dos trabalhadores a novas oportunidades, existentes na fase em que o Brasil se encontra.

Entre os desafios para o Brasil nos próximos anos, segundo o relatório, estão o aumento da taxa de investimentos, a reforma do sistema tributário e uma taxa de câmbio competitiva.

 

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 22 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Samuel Saraiva apresenta ao Comitê Judiciário do Senado dos Estados Unidos proposta legislativa sobre o uso do polígrafo como instrumento complementar de defesa em processos civis e criminais Americano

Samuel Saraiva apresenta ao Comitê Judiciário do Senado dos Estados Unidos proposta legislativa sobre o uso do polígrafo como instrumento complementar de defesa em processos civis e criminais Americano

Washington, DC | 16 de dezembro de 2025 — O cidadão norte-americano Samuel Sales Saraiva submeteu formalmente ao Comitê Judiciário do Senado dos Est

Do Brasil à US Navy: A Epopeia de Graciela Saraiva, 12 Anos Depois

Do Brasil à US Navy: A Epopeia de Graciela Saraiva, 12 Anos Depois

O destino colocou a neta do ex-combatente Capitão, *Jairo de Freitas Saraiva nas fileiras da Marinha dos Estados Unidos. Ela passou a servir justame

Consultora política rondoniense Nani Blanco está entre as 100 mais influentes do mundo, segundo revista americana

Consultora política rondoniense Nani Blanco está entre as 100 mais influentes do mundo, segundo revista americana

A publicitária e estrategista política Nani Blanco, natural de Rondônia e radicada em Brasília, foi reconhecida entre os 100 consultores políticos

Panettone de Chocolate do Brasil é eleito o segundo melhor do mundo em competição internacional na Itália

Panettone de Chocolate do Brasil é eleito o segundo melhor do mundo em competição internacional na Itália

Liderado pelo padeiro cearense da Cheiro do Pão, Brunno Malheiros, o time Squadra Brasile 2025, composto também por Joze Nilson Diniz (SP), Matheus

Gente de Opinião Segunda-feira, 22 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)