Quinta-feira, 25 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Meio Ambiente

Rondônia em chamas. Rios secam


Porto Velho (Agência gentedeopinião) - É um cenário digno do inferno de Dante. O Estado de Rondônia sofre uma das mais rigorosas estiagem dos últimos anos tendo como consequencias as queimadas que ocorrem em várias regiões do estado e a redução do nivel das águas dos seus principais rios. Caminha-se para o mesmo caos já ocorrido em anos passados, quando se constatou secas históricas. Rondônia arde em chamas e  com grossas camadas de fumaça prejudicando seriamente pousos e decolagens e a navegação fluvial.
Para piorar toda esta situação, conforme o ambientalista e ecologista Daniel Panobianco não existem previsões de chuvas para os próximos dias em condições de reverter esta situação. Enquanto isso, os Rios Jaru (na altura do município de Jaru) e Machado (que corta a cidade de Ji-Paraná, a segunda mais populosa de Rondônia) já vivem o apogeu do pesadelo da estiagem. Com o mais baixo nível de águas dos últimos anos, o cenário desses rios é desolador, como mostram as imagens do repórter- fotográfico Sérgio Arruda da agência gentedeopinião. Igualmente as águas do Rio Mamoré, na altura de Guajará Mirim, caem rapidamente e o Rio Madeira que banha Porto Velho já tem sua navegação ameaçada, tamanha rapidez com que o nível de suas águas tem baixado. A própria Marinha já recomenda que as grandes embarcações não naveguem a noite. Hoje pela manhã o nível do Madeirão estava em 3,05 m, aproximando-se das menores marcas históricas. Diante dos riscos de acidentes e preocupada com a situação, a Sociedade dos Portos de Rondônia acaba de informar que a empresa Hermasa que transporta soja do Grupo Maggi, vai paralisar a movimentação de cargas no Rio Madeira a partir do dia 08, sábado, voltando as atividades apenas em outubro. Em Manicoré, no Amazonas, o Rio Madeira já está a nove centímetros da sua pior seca dos últimos 30 anos.
Grossas camadas de fumaça tem encoberto Rondônia de ponta a ponta. A região Norte do estado é a mais atingida, com mais da metade dos focos de calor existentes nos municípios de Porto velho e Nova Mamoré, onde pipocam novas localidades em plena selva amazônica, fruto de invasões de terras e até de parques nacionais, reservas indígenas e biológicas.
Com a renovação dos pastos e com as derrubadas visando ampliar as propriedades rurais para criação de gado e ampliação da fronteira da soja nesta época do ano fazendeiros e pecuaristas se valem de queimadas. O mesmo ocorre nas áreas invadidas.
Na região metropolitana de Porto Velho a estiagem provoca o aprofundamento dos poços caseiros. O serralheiro José Raimundo, o Mundinho, morador no bairro Socialista, na periferia de Porto Velho, relata que foi obrigado a cavar mais dois metros para alcançar água. Com seu lençol freático totalmente contaminado por causa das fossas domiciliares, a capital rondoniense padece com o abastecimento do precioso líquido, já que apenas a metade da sua população de 400 mil habitantes recebe água encanada em suas casas. Outra conseqüência da estiagem, a fumaça das queimadas, atinge a saúde pública. Postos de sáude e farmácias são movimentadas com crianças e idosos sofrendo com problemas respiratórios buscando o conforto da inalação. Nirleide Theodoro, 22 anos, levou o pequeno Bruno, de três anos, para o hospital infantil em Porto Velho. Moradora do bairro para inalação. “Todo ano é a mesma coisa. Ninguém faz nada para mudar essa situação”, se queixa.
O funcionário público Alcir Renato de Souza, 33 anos, indaga se os fazendeiros e madeireiros não pensam nos velhinhos e nas crianças e nas próximas gerações. “Estão matando a fauna, a flora e a vida”, protesta.
As enormes cortinas de fumaça cortando a visibilidade nas rodovias e prejudicando a navegação nos rios rondonienses desmentem claramente os números oficiais de que o desmatamento e as queimadas tem caído ano a ano no estado. Mesmo porque nas estatísticas governamentais não são computadas as invasões ás áreas indígenas, parques nacionais e reservas biológicas
Fonte: Carlos Sperança,agênciagentedeopinião.

Rondônia em chamas. Rios secam - Gente de Opinião
Estiagem amazônica: Rios secos e muita poluição castigam Rondônia
Desmatamento aquece Amazônia em até 4ºC, diz Inpe
Países amazônicos precisam trabalhar em conjunto para cuidar da água, diz diretor da ANA
Capitania dos Portos emite “alerta vermelho” no rio Madeira

RONDÔNIA EM CHAMAS: Fumaça toma conta da capital

 Falta de água preocupa mais que de petróleo

Gente de OpiniãoQuinta-feira, 25 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

EcoCast: série especial discute os desafios e oportunidades do mercado de carbono no Brasil

EcoCast: série especial discute os desafios e oportunidades do mercado de carbono no Brasil

Você sabe o que são os famosos créditos de carbono? E como eles funcionam, você sabe? Na série especial “Carbono: desafios e oportunidades” recebemos

Inovação e Sustentabilidade em Rondônia: UNIR e Eletrogoes Avançam na Pesquisa Florestal

Inovação e Sustentabilidade em Rondônia: UNIR e Eletrogoes Avançam na Pesquisa Florestal

O Grupo de Pesquisa de Recuperação de Ecossistemas e Produção Florestal, coordenado pelas Dra. Kenia Michele de Quadros e Dra. Karen Janones da Roch

Pesquisa estuda folha da Amazônia para substituição do mercúrio na extração de ouro

Pesquisa estuda folha da Amazônia para substituição do mercúrio na extração de ouro

Pau-de-balsa é uma espécie florestal nativa da Amazônia e já é utilizada de forma artesanal na Colômbia para extração de ouro.Agora, cinco instituiçõ

Ibama define nova prioridade para enfrentar perdas na biodiversidade e a crise climática

Ibama define nova prioridade para enfrentar perdas na biodiversidade e a crise climática

Neste ano em que completa 35 anos, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) comemora o impacto do trabalho

Gente de Opinião Quinta-feira, 25 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)