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Rios transbordam e Rondônia fica sem estações para coletas



Que chuva cai sem trégua em boa parte de Rondônia, isso a população já sabe. A quantidade de água observada em fevereiro reflete agora na cheia dos rios Guaporé, em Pimenteiras do Oeste, Machado, em Cacoal e Ji-Paraná e Pimenta Bueno, na cidade de mesmo nome.

Em Pimenteiras do Oeste, dados de uma estação telemétrica da ANA (Agência Nacional de Águas) computaram na tarde desta terça-feira (1), nível de 6,99 metros, sendo que no final de semana, o mesmo chegou a 7,20 metros. Várias comunidades ribeirinhas estão alagadas, inclusive do outro lado, na Bolívia.Rios transbordam e Rondônia fica sem estações para coletas - Gente de Opinião

A situação é delicada também em Ji-Paraná, onde os bairros Casa Preta, Duque de Caxias, Primavera e São Francisco estão alagados. Segundo dados apurados por uma régua convencional lida pelo Corpo de Bombeiros do município, o nível do rio marcou nesta terça-feira, 10,28 metros. O nível normal do rio Machado dentro do perímetro urbano em Ji-Paraná é de 9,78 metros; Acima de 10,50 metros, o leito do rio já avança sobre o canal Dois de Abril e parte da Avenida Transcontinental, no Segundo Distrito.

Em Cacoal, o rio Machado também provoca alagamentos no Distrito de Riozinho, onde várias familias estão com a água na porta de casa.

Mais ao sul, a situação não é diferente em Pimenta Bueno. Os bairros Jardim das Oliveiras, Beira Rio e Pioneiros estão debaixo d’água. Familias que já estão com as casas alagadas estão sendo retiradas de barco e levadas para um barracão da igreja matriz e ginásios de esportes.

Diante de tantos transtornos causados pela cheia dos rios, fato tão comum em Rondônia nesta época do ano, os centros de pesquisas e entidades governamentais locais parecem mesmo não ter o mínimo de precaução em monitoramento dos mesmos.

Em Rondônia existem 22 estações telemétricas, que aferem, além do nível dos rios, a temperatura da água, vazão e precipitação acumulada. Atualmente, apenas 8 estão calibradas coletando informações verídicas, com poder de precisão.

O fato mais alarmante e que até o momento não houve solução para o problema é a estação telemétrica do sítio Bela Vista, em Pimenta Bueno, que aferiu a última medição no dia 23 de outubro do ano passado. De lá para cá, não se sabe mais o nível do rio Machado, no encontro dos rios Barão de Melgaço e Pimenta Bueno. Apenas a partir de dados da Usina de Primavera é possível ter uma noção de como está o nível do rio antes de chegar ao perímetro urbano de Pimenta Bueno. Outras três estações no rio Barão de Melgaço até a Usina Rondon, não estão coletando dados verídicos sobre o nível e vazão d’água.

Em Ji-Paraná, a estação telemétrica da ANA que funcionava desde 1973 deixou de coletar informações no final de dezembro de 2010, não sendo mais possível e realização de consultas pelo banco de dados e muito menos criar situações de alertas junto ao Corpo de Bombeiros e Comissão Municipal de Defesa Civil.

O De olho tempo entrou em contato com a ANA para saber o que está acontecendo com as estações telemétricas do Estado e a resposta foi de que quem faz a manutenção e averiguação dos dados é o SIPAM (Sistema de Proteção da Amazônia) e o CPRM (Serviço Geológico do Brasil), ambos em Porto Velho.

Segundo o mesmo contato, a ANA apenas armazena os dados das estações, mas a responsabilidade de manutenção e averiguação de falhas é do SIPAM e do CPRM. Segundo Daniel Panobianco do De olho no tempo, esta situação é vexatória e cotidiana em Rondônia. "Até o momento, ninguém dos dois órgãos se prontificou em esclarecer o que anda acontecendo com as estações telemétricas, de suma importância para a previsão e monitoramento de cheias e vazantes", comenta.

Enquanto isso, o nível dos rios sobe a cada dia e a chuva não dá trégua. Sinal de que março que só está começando pode deixar muita gente fora de casa e principalmente, sem informação real do nível dos rios.

Dados: Corpo de Bombeiros/Ji-Paraná – ANA – Pimenta Virtual

(Fonte: De olho no tempo)

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