O Município de Parintins, localizado a 325 quilômetros de Manaus, entrou em estado de alerta por causa da subida das águas do rio Amazonas. A marca do rio já atingiu a cota de 8,40 metros acima do nível do mar, segundo o registro de segunda-feira passada, 6, coletado pela Capitania dos Portos. A inundação já está prejudicando o ano letivo nas comunidades ribeirinhas de várzea. Na semana passada, a equipe da Defesa Civil Municipal visitou as localidades do Paraná de Parintins de Baixo, próximo à Serra de Parintins, onde o cenário é desolador. O agente de Defesa Civil Aldo Albuquerque informou que a produção dos agricultores da comunidade do Valha-me Deus está totalmente perdida, embaixo d'água, e que muitas casas encontram-se hoje submersas. "Aquelas que estão em risco faltavam poucos centímetros para a água chegar", afirmou. No Valha-me Deus 67 famílias aguardam por ajuda. A Coordenadoria de Defesa Civil de Parintins não possui ainda um levantamento de quantas famílias deverão ser atingidas pela enchente do rio, este ano. O presidente da comunidade do Valha-me Deus, João Pedro de Menezes, diz que a cheia será uma das maiores. Ele disse, também , que as famílias estão temerosas com o avanço das águas, que sobem, em média, dois centímetros a cada dia. "Aqui na comunidade, duas pessoas foram ferradas por arraia e uma outra foi picada por cobra", afirmou o presidente, que ontem esteve na Defesa Civil pedindo ajuda para os comunitários que já se encontram no isolamento. "Estamos elaborando um relatório com as notificações de problemas e desastres que a enchente poderá trazer", relata o agente. A cota de alerta da Defesa Civil corresponde a 8,35 metros, mas na quarta-feira passada, 1º, o nível alcançava a marca dos 8,36 metros. Na comunidade da Brasília, as atividades letivas da escola São Sebastião estavam suspensas. Os professores relataram que não havia condições de dar prosseguimento às aulas e que muitos alunos acabaram se mudando do local. No fim de semana passado, uma equipe da Companhia de Pesquisas e de Recursos Minerais (CPRM) esteve no Município de Parintins vistoriando a régua fluviométrica localizada na Cidade Garantido. Os geólogos não quiseram comentar o trabalho. Ontem, eles seguiram para a região do alto Mamuru, que fica na divisa entre o Amazonas e o Estado do Pará. Hoje, a equipe estará na cidade de Barreirinha, também na região do Baixo Amazonas, onde a situação é ainda mais preocupante.
Fonte: De Olho no tempo com informações de ' A Crítica'
Sexta-feira, 19 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)