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Meio Ambiente

RF apressa estudos da integração entre a Amazônia Peruana e o Juruá


 

Nesta quinta-feira autoridades decidem a instalação da alfândega do aeroporto de Cruzeiro do Sul para novembro próximo. Assembléia Legislativa do Acre pretende colaborar “sem interferir“ com a integração Brasil-Peru. 

JOÃO MAURÍCIO 
Agência Amazônia  

RF apressa estudos da integração  entre a Amazônia Peruana e o Juruá  - Gente de Opinião

Moradores de Pucallpa, capital do Departamento (estado) de Ucayally, cidade com 300 mil habitantes, que pretende comprar carne no Acre e continuar exportando frutas, temperos e peixes /MONTEZUMA CRUZ

RIO BRANCO, AC – O esforço para a integração do Grande Vale do Juruá com o Departamento de Ucayali, na Amazônia Peruana, foi avaliado em uma reunião de mais de duas horas na tarde de terça-feira, na sede da Superintendência Regional da Receita Federal em Rio Branco. Participaram da reunião cerca de 20 pessoas, representando todas as instituições envolvidas na operação de importação realizada no final de agosto durante a Expojuruá 2009. 

O evento resultou na formação de um grupo de trabalho que promove sua primeira reunião já nesta quinta-feira, dia 22, com a finalidade de organizar uma agenda com vistas à realização de nova operação de alfandegamento precário no aeroporto de Cruzeiro do Sul, provavelmente em novembro. 

"Depois daquele mutirão extraordinário que viabilizou aquela importação, pequena em volume, mas gigantesca em simbolismo, entendemos que todas as instituições foram de alguma forma tocadas, não pela obrigação pessoal de cada uma, mas pela justeza da causa", declarou o presidente da Aleac, Edvaldo Magalhães, um dos entusiastas da integração. 


Precariedade 

O superintendente da Receita, Elmar Nascimento, declarou que o alfandegamento precário em Cruzeiro do Sul foi bastante prejudicado pela falta de estrutura e de experiência no comércio exterior via aérea no Acre, mas que a instituição comoveu a todos pela 
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Deputada Perpétua Almeida e deputado Edvaldo Magalhães, no derradeiro desembarque no Aeroporto de Pucallpa, onde participaram do Seminário de Integração Ucayali-Juruá /MONTEZUMA CRUZ

importância social do processo. "Ficamos felizes por ter participado daquele momento, mas devemos refletir sob o ponto de vista de cada órgão em que devemos focar para que as próximas operações fluam com mais tranqüilidade", observou. 

Elmar esclareceu que, em primeiro lugar, o aeroporto de Cruzeiro do Sul só poderá operar normalmente quando tiver o seu terminal de cargas e instalações para os órgãos de fiscalização e controle. Até lá, porém, novas operações deverão ser feitas e para isso foi constituído o grupo de trabalho. 

Além da Receita e da Aleac, que também foi representada pelo 1o secretário Taumaturgo Lima (PT), participaram o secretário de Ciência e Tecnologia, César Dotto, representando o Governo; o superintendente regional da Agricultura, Jorge Luiz Hessel, o superintendente regional da Infraero e o coordenador regional da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Helio Santos Costa. Além dos agentes públicos, participaram os empresários Sidney Hoylle, do Peru e Márcio Rebouças, do Amazonas, mas que vem trabalhando neste processo de integração. 

César Dotto destacou a necessidade de realizar cursos de capacitação para operadores no mercado exterior e foi informado por Hoylle que já no fim de novembro haverá um curso de dois dias patrocinado pelo Governo de Ucayalli em Pucallpa. 

Hoylle acrescentou que os empresários peruanos já se estabeleceram em um pool para construir um terminal privado de zona primária no aeroporto de Pucallpa. Segundo ele, o único terreno disponível no local que não pertencia ao aeroporto, de 2 mil metros quadrados, foi adquirido pelo pool, dando uma demonstração do esforço e da credibilidade do projeto de integração entre os empresários do país vizinho. 

Lenda do tomate a R$ 8 
inspira estudo de mercado 
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Aeroporto Internacional de Cruzeiro do Sul (aqui, a loja de farinha, guaraná e produtos nativos) terá sua alfândega autorizada possivelmente mês /MONTEZUMA CRUZ


RIO BRANCO – A Receita Federal, anfitriã da reunião, deu uma clara demonstração de que o projeto de integração com o Peru não pode parar e que está empenhada na causa. O superintendente Elmar Nascimento, destacou para liderar suas ações o auditor fiscal Telmo Figueiredo que fez um trabalho de 40 páginas sobre o processo. 

Telmo disse que todos na Receita estão sensibilizados e que se tornou uma questão de honra contribuir para com a redução do custo de vida da população do Vale do Juruá. "Em momento algum deixamos de pensar em Cruzeiro do Sul, sabendo que poderíamos beneficiar uma população de 140 mil pessoas reduzindo o custo de sua cesta básica", declarou o auditor. Ele comentou que o preço do tomate na cidade, de R$ 8 o quilo, tornou-se uma lenda que ele fez questão de checar no mercado. 

O empresário Sidney Hoylle chegou a se declarar culpado por todos os percalços da operação, mas foi contestado pelo presidente da Aleac, Edvaldo Magalhães que atribuiu ao peruano todo o êxito e esforço para que três aviões descessem no aeroporto de Cruzeiro. O deputado Taumaturgo Lima comentou que, tendo sido a primeira operação, deve ser considerada exitosa, pois Cruzeiro do Sul tem dificuldades em praticar comércio até dentro do próprio Estado dado ao seu isolamento. 

Elmar Nascimento, informou que a disposição da Receita Federal em Brasília para continuar apoiando este movimento vai depender de seus resultados e muitos esforço político. Ele lembrou que até aqui o órgão tem dado demonstrações de boa vontade graças às articulações da Aleac e da bancada federal junto à Secretaria Nacional da Receita Federal. 

Edvaldo deu sua garantia de que a Aleac continuará mantendo sua política de colaboração sem interferência, lembrando que a integração é pauta de seu planejamento estratégico e que não vai esmorecer. "Nós não podemos nos esquecer de que a estrada já está para ser fechada e breve Cruzeiro do Sul retorna a sua condição de isolamento e de carestia. Uma integração comercial com Ucayalli vai reduzir em muito o custo de sua cesta básica e incrementar o comércio da região", disse. (J.M.) 

Fonte: Montezuma Cruz - A Agência Amazônia  é parceira do Gentedeopinião

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