Segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008 - 23h10
Em artigo publicado na Revista Science do mês de fevereiro, mostrou que as mudanças climáticas poderão, já nas próximas duas décadas, causar danos profundos sobre a agricultura e o sistema de alimentação, atingindo especialmente os países mais pobres.
De acordo com o autor do estudo David Lobell, do Instituto Woods para o Meio Ambiente, o aumento das temperaturas e o declínio das precipitações nas regiões semi-áridas vão reduzir os rendimentos do milho, trigo, arroz e outras culturas primárias, o que pode gerar um impacto substancial na segurança alimentar global.
Ainda segundo o estudo, as chuvas serão reduzidas, em virtude do aquecimento do Oceano Índico e o agravamento do fenômeno El Niño que reduzirão as temporadas de chuva nas Américas, África e Ásia, onde comunidades já têm sofrido, desde 1990, com o aumento dos preços das commodities (produtos primários negociados em bolsas de mercadorias) e o declínio da área per capita cultivada .
Os cientistas garantem já ser possível projetar uma situação de insegurança alimentar consolidada. "Muitos fazendeiros consomem seus próprios produtos e vendem nos mercados locais. Expostos às variações climáticas, produzem menos, a renda diminui e aumentam os custos de manutenção do consumo básico. A fome em larga escala pode acontecer mesmo se houver comida nos mercados, importada de outros lugares", explicam no estudo.
Diante de um cenário preocupante, o deputado Eduardo Valverde (PT/RO), apresentou na Câmara um projeto de lei que cria o Fundo Nacional de Mudanças Climáticas e o Plano Nacional de Mudanças Climáticas. Pela proposta, os fundos serão mantidos a partir dos recursos da extração do petróleo.
De acordo com Valverde, a lei 9478/97 já prevê a participação sobre a receita bruta da produção de petróleo e gás, porém a sua utilização sofre restrição, não podendo ser utilizada na questão climática.
Com a proposição, ficam estabelecidos, a destinação de 10% ao Ministério do Meio Ambiente (MMA)para pesquisas relacionadas às fragilidades ambientais ligadas à extração e manuseio do petróleo e 20% ao Ministério de Minas e Energia, para o financiamento de estudos e serviços de geologia e geofísica aplicados à prospecção de petróleo e gás natural.
Para o parlamentar petista, a arrecadação de cerca de R$1 bilhão ao ano pelo MMA pode ser melhor aproveitada, e, seu projeto vem justamente abranger a utilização desse valor, destinando parcelas ao estudo e desenvolvimento de ações que levem a utilização de fontes limpas de energia e de adaptação e de estudos que combata as emissões de poluentes.
" Dados da ONU apontam que o Brasil se encontra entre os cinco países que mais contribui para as emissões de gases que geram o efeito estufa, e nossa concorrência se dá através das queimadas que ocorrem rotineiramente na Amazônia e centro-oeste brasileiro. A idéia do projeto, é buscar antídoto a esse veneno, e a partir dos recursos da extração do petróleo, grande vilão do efeito estufa, fomentar o Fundo de Mudanças Climáticas", ressaltou.
Fonte: Leila Brito
EcoCast: série especial discute os desafios e oportunidades do mercado de carbono no Brasil
Você sabe o que são os famosos créditos de carbono? E como eles funcionam, você sabe? Na série especial “Carbono: desafios e oportunidades” recebemos
Inovação e Sustentabilidade em Rondônia: UNIR e Eletrogoes Avançam na Pesquisa Florestal
O Grupo de Pesquisa de Recuperação de Ecossistemas e Produção Florestal, coordenado pelas Dra. Kenia Michele de Quadros e Dra. Karen Janones da Roch
Pesquisa estuda folha da Amazônia para substituição do mercúrio na extração de ouro
Pau-de-balsa é uma espécie florestal nativa da Amazônia e já é utilizada de forma artesanal na Colômbia para extração de ouro.Agora, cinco instituiçõ
Ibama define nova prioridade para enfrentar perdas na biodiversidade e a crise climática
Neste ano em que completa 35 anos, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) comemora o impacto do trabalho