Segunda-feira, 14 de janeiro de 2019 - 13h11

Muito tem se falado sobre consumo consciente e descarte adequado do lixo. Iniciativas sustentáveis são observadas em diferentes cidades no mundo e sinalizam uma forte tendência a novos hábitos de vida, novas formas de comprar, morar e adquirir serviços. Aos poucos, o homem tem percebido que o consumo desenfreado esgotará, em algum momento, os recursos naturais e se tornará insustentável.
A reciclagem de resíduos sólidos é a solução mais inteligente e financeiramente viável para controlar o volume de lixo acumulado em aterros sanitários e o descarte inadequado no meio ambiente. Além das vantagens ecológicas, a reciclagem gera também economia nos custos de produção, pois exige menos insumos e energia no processo. Outro fator positivo é a geração de renda a catadores e cooperativas de reciclagem.
O caco também permite à indústria de vidro ter mais eficiência energética e menos emissão de gases de efeito estufa: a cada 10% de cacos colocados nos fornos, são reduzidos em média 2,9% do consumo de energia elétrica e 5% das emissões de gás carbônico na atmosfera.
O Brasil, no entanto, ainda possui entraves para o bom funcionamento da logística reversa dos materiais, isto é, o caminho que o lixo percorre até ser transformado em algo novo de novo. O vidro, por exemplo, é o único material infinitamente reciclável, o que significa que pode ser usado para refazer o mesmo produto diversas vezes, sendo que 1 quilo de cacos vira 1 quilo de vidro novo. Nossos índices de reciclagem, porém, ainda são baixíssimos em comparação a países da Europa.
A grande dificuldade está no retorno desses cacos à indústria, que se deve por um conjunto de fatores motivadores, como a falta de conscientização da população para o descarte adequado do vidro, pouca efetividade das políticas públicas de coleta seletiva e educação ambiental e, por último, problemas na estruturação das cooperativas, tanto no que diz respeito à infraestrutura quanto à formalização.
Diante do cenário problemático da logística reversa do vidro, algumas empresas e organizações sem fins lucrativos têm encontrado juntas alternativas para solucionar o impasse e promover a destinação adequada do material de ponta a ponta. Projetos como o realizado pelo Instituto Ecozinha, no Distrito Federal, mostram que é possível mudar a situação ecológica de uma região reduzindo a quantidade de lixo no meio ambiente. A iniciativa propõe uma solução simples e financeiramente viável, que é disponibilizar bunkers para estabelecimentos de alimentação (bares, restaurantes, lanchonetes) depositarem as embalagens de vidro usadas no dia a dia. Essas embalagens são, posteriormente, recolhidas e enviadas para reciclagem.
Cada depósito tem capacidade para receber até 800 quilos de vidro. Eles são estrategicamente instalados próximo aos estabelecimentos parceiros, de modo a facilitar o descarte adequado das embalagens.
O objetivo do projeto é incentivar o gerenciamento de resíduos e permitir que esses locais possam se adequar à Lei dos Grandes Geradores de Lixo, que prevê responsabilidade aos estabelecimentos que produzem mais de 120 litros de lixo por dia. Bares, restaurantes e lanchonetes que se estejam enquadrados na regra devem ficar responsáveis pelo próprio descarte. A iniciativa é inteiramente apoiada por instituições privadas. Os estabelecimentos interessados podem se credenciar junto ao Instituto Ecozinha e contribuir com uma taxa de manutenção mensal. Também participam obrigatoriamente de um programa de compostagem de resíduos orgânicos.
Temos muito ainda a percorrer no caminho para a sustentabilidade, mas estimular o pensamento consciente da população é o primeiro grande passo a ser dado. Podemos sim melhorar os índices de reciclagem no País. Temos de agir de forma consciente e fazer a melhor escolha para o meio ambiente e para a sociedade.
Ações como essa, mesmo que incipientes, atuam em seus microcosmos e não representam solução completa. Ainda é necessária a ação em cadeia de todos os agentes por meio de mais projetos e campanhas que estimulem a logística reversa. O ciclo positivo se inicia com a oferta maior de cacos e mais cooperativas de catadores envolvidas. Quanto maior o volume de reciclagem, melhor para o meio ambiente.
*Michelle Shayo
Diretora de Relações Governamentais da Owens Illinois
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