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Meio Ambiente

Procura-se: O sol entre a fumaça


A intensa camada de poluentes volta a cobrir toda a região sul da Amazônia inibindo por completo o sol de brilhar forte. Em alguns pontos de Rondônia, a fumaça é tanta que em nenhum momento do dia o sol consegue aparecer, obrigando até mesmo motoristas a usarem os faróis dos carros.

Daniel Panobianco - Outubro começa com fogo e fumaça jamais vistos em Rondônia. Isso porque durante os 30 dias de setembro, as queimadas estiveram proibidas no Estado, devido a uma liminar expedida por uma juíza de Porto Velho. Imagine se isso não tivesse acontecido, como estaria o céu no dia de hoje? Na mesma situação. Com liminar ou sem liminar, a ordem é queimar, pois o pasto precisa ser renovado, a mata precisa ser derrubada, senão logo as chuvas começam ai é trabalho perdido. Essa é a grande verdade das queimadas nesse Estado. Não há medida judicial ou atuação de órgão fiscalizador que tire das mãos de fazendeiros, grileiros e madeireiros, o poder do avanço do progresso no Estado. Tanto que muitos, entre madeireiros e fazendeiros, gozam da cara das autoridades locais pela grande instrumentação fantasiosa que armaram tentando colocar a sociedade, que estão atentos a tudo e a todos. Sabem que sozinhos não conseguem controlar jamais o avanço do fogo em Rondônia, que a extensão territorial desse Estado não se compara nunca ao avanço absurdo das áreas de desmate, mas mesmo assim, ainda têm a caradura em aparecer na imprensa, através de seu porta-voz, um meteorologista contratado justamente para isso, para ditar que ações de combate e fiscalização andam a todo vapor Rondônia adentro. Quer prova maior do que olhar pro céu e não conseguir enxergar onde está o sol devido a tanta fumaça? Quer prova maior do que percorrer hospitais e postos de saúde do interior e da capital e, por onde se caminha a reclamação é a mesma? Onde estão as autoridades de Rondônia que nada fazem para controlar o ritmo fora do comum das queimadas e poluição no Estado?

Ora, estão atuantes sim, fiscalizando, coibindo, multando 5, 10 proprietários, sendo que a verdadeira parcela multiplica-se por 500.
Nesta segunda-feira, dia 1° de outubro, a visibilidade atingiu o valor extremo em praticamente, os 52 municípios de Rondônia.

Vilhena
Logo no inicio do dia, entre 7 e 8 horas, o aeroporto Brigadeiro Camarão, em Vilhena, registrou, segundo dados de METAR, visibilidade de apenas 1200 metros, o que é considerado como Estado de Emergência pela OMS (Organização Mundial de Saúde) No período da tarde, mais um fator que contribuiu para o agravamento da seca e sensação de desconforto na cidade. A umidade relativa do ar atingiu o nível de 30%, que, também segundo a OMS, é considerado como Estado de Atenção.

Cacoal
Em Cacoal, a PCD (Plataforma de coleta de Dados) do CPTEC/INPE, cuja responsabilidade em Rondônia é da SEDAM (Secretaria de Desenvolvimento Ambiental), registrou apenas 22% de umidade relativa do ar às 15 horas.

Ji-Paraná
Na região central do Estado, Ji-Paraná teve o dia mais poluído do ano. Por todo o dia, o sol não brilhou na região. A densa camada de poluentes obrigou até mesmo motoristas, a andarem pelas ruas e avenidas da cidade com os faróis ligados, isso às 17 horas, pois o sol já nem se via mais no céu devido a tanta fumaça.

Ariquemes
Na região de Ariquemes, a visibilidade também ficou muito baixa, com umidade relativa do ar registrada em uma PCD da SEDAM, de apenas 20%, valor este já considerado como Estado de Alerta.

Guajará-Mirim
Quem mora nas proximidades da fronteira com a Bolívia têm passado muito sufoco com o calor intenso, a baixa umidade e a falta de visão. Uma combinação perfeita para o organismo de qualquer pessoa não agüentar mesmo tamanha brutalidade de reação do tempo. Sob calor de 37°C e umidade de 33%, Guajará-Mirim registrou por 8 horas seguidas, visibilidade horizontal de apenas 1 km. Até mesmo a vizinha Guayaramerim, na Bolívia não permitiu que pousos e decolagens fossem efetuados na região, devido a total falta de visão.

Porto Velho
Em Porto Velho, no aeroporto Governador Jorge Teixeira registrou entre as 6 e 8 horas, a visibilidade foi de apenas 1500 metros, obrigando o mesmo a operar mediante instrumentação. Pelas normas da INFRAERO, quando a visibilidade horizontal é menor que 1600 metros, as operações só podem ser realizadas mediante instrumentação técnica. Na capital, a umidade relativa do ar oscilou entre 40% e 100%, com registro de algumas nuvens convectivas, que provocaram trovoadas esparsas, mas em pontos bastante localizados.

Mesmo com a chuva retornando no final de semana em algumas cidades do Estado, a fumaça das queimadas não se dissipará tão logo, mesmo que as mesmas continuem proibidas ou sejam liberadas por completo, isso tanto faz, lei de meio ambiente nesse Estado não tem valia mesmo. Fonte: OMS – PCD/SEDAM/Cacoal/Ariquemes – REDEMET/Vilhena/Guajará-Mirim/Porto Velho

Fonte: De olho no tempo – Rondônia – www.deolhonotempo.com.br

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