Sábado, 15 de outubro de 2011 - 04h43
Mais difícil que aumentar o conhecimento é mudar o comportamento. Assim foi definido por Claudio Padua, vice-presidente do Instituto de Pesquisas Ecológicas, o enfrentamento da acelerada perda de biodiversidade, em sua exposição no colóquio "A Proteção das Espécies Ameaçadas de Extinção". Durante o evento, realizado ontem,(14) no Interlegis, Padua evitou posicionamentos radicais, afirmando que há espaço para "o econômico" e para "o natural" no mundo. Lamentou, entretanto, a falta de resultado das reuniões de cúpula ambientais.
O quarto painel do colóquio debateu a necessidade de se promoverem modificações no processo econômico, de modo a reverter a situação de insustentabilidade, e discutir avanços que supram a percebida falta de eficiência da parte dos meios de comunicação para o trato de questões vinculadas à ecologia.
Segundo Claudio Padua, que apontou os últimos 50 anos como os de mais grave redução de biodiversidade e aceleração do número de espécies ameaçadas, a solução depende necessariamente de uma "ação planetária". Porém, em seu ponto de vista, reuniões de cúpula como a de Estocolmo (1972) e do Rio de Janeiro (1992) geraram metas que não têm sido cumpridas porque cada país defende seu interesse econômico.
Padua elogiou na conferência de 1992 a tentativa de repactuar o valor da biodiversidade, algo que sempre envolve cifras "astronômicas". Segundo dados apresentados pelo ambientalista, a biodiversidade vale US$ 33 trilhões por ano. Também foram interpretados positivamente por Claudio Padua os negócios que têm surgido em torno da defesa da biodiversidade, como o pagamento por serviços ambientais, a silvicultura tropical e os bancos de espécies, mas considera que são apenas o começo diante do necessário. Na sua avaliação, o Brasil está bem posicionado na pesquisa ambiental, com bons profissionais atuantes. Mudar o comportamento da população diante da questão ambiental, porém, depende de "mexer no bolso" das pessoas.
Na sequência do painel, Matthew Shirts, redator-chefe da National Geographic Brasil, lamentou que o jornalismo brasileiro esteja ainda mal equipado para lidar com a sustentabilidade, o que torna difícil tratar de temas como biodiversidade e mudanças climáticas. Em sua avaliação, o interesse dos jornalistas pelo meio ambiente vem aumentando, mas a cobertura dessas questões é prejudicada pela escassez de profissionais com conhecimento de ciência nas redações. Shirts espera que o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalismo reduza esse problema ao longo do tempo. Além disso, conforme assinalou, a biodiversidade não é um assunto que "venda" facilmente em comparação com questões do dia-a-dia urbano. Para Matthew Shirts, é preciso promover o conhecimento na comunicação para que os jornalistas entendam a complexidade dos temas que abordam.
Fonte: Paulo Cezar Barreto / Agência Senado
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