Domingo, 2 de agosto de 2009 - 17h39
Amanda Mota
Agência Brasil
Manaus - O comércio de carne de pirarucu no Amazonas e estados mais próximos deve aumentar consideravelmente em 2010, fortalecido pela queda do preço do produto. Essa é a aposta do governo estadual que no último dia 30 autorizou a construção de duas indústrias de beneficiamento do peixe nos municípios de Marrã e Fonte Boa, localizados no oeste amazonense. As indústrias serão as primeiras do gênero na América Latina.
Em entrevista à Agência Brasil, o governador em exercício do Amazonas, Omar Aziz, informou que, com as novas indústrias, a população de Manaus que será inicialmente o maior alvo consumidor do produto poderá comprar peixe, conehcido como bacalhau do Amazonas por cerca de R$ 30 o quilo. Atualmente, o peixe chega a ser comercializado na capital por até R$ 60 o quilo.
Como até o momento não havia nenhuma indústria coordenando o beneficiamento dessa espécie, o valor do produto acabava sofrendo grande variação de preços até chegar aos maiores centros urbanos. Na maioria dos municípios do interior do Amazonas, por exemplo, o pirarucu é vendido a R$ 3,50 o quilo.
"A construção dessas indústrias representa um grande avanço e um novo momento para a economia do Amazonas. Não restam dúvidas sobre a excelência da carne do pirarucu, equivalente a de um bacalhau", avaliou Aziz.
Os peixes a serem beneficiados nas fábricas de Maraã e Fonte Boa são de origem sustentável. Virão das áreas preservadas da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, localizada próximo aos dois municípios.
No Brasil, a pesca do pirarucu é proibida de dezembro a maio (período de defeso), de acordo com normas do Instituto Nacional de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
No Amazonas, contudo, a pesca é proibida durante os 12 meses do ano e autorizada somente em áreas de unidades de conservação e de uso sustentável e áreas com acordo de pesca. Nessas localidades, a captura do peixe pode ser feita entre agosto e novembro e realizada sob supervisão do Ibama e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável (SDS).
Na opinião do engenheiro de pesca e o especialista em manejo de recurso pesqueiro, Gelson Batista, a implantação das indústrias valoriza o trabalho de pesca manejada e estimula o comércio de uma carne tão apreciada pela culinária, sem desprestigiar os cuidados ambientais. Do couro do pirarucu podem ser feitos sapatos e bolsas e a língua é transformada em ralador de guaraná. Pelas variadas vantagens que oferece, explicou Batista, a sobrevivência da espécie ficou ameaçada.
"Desde 1999, o Ibama apóia Mamirauá com autorizações para a comercialização do pirarucu. O trabalho na reserva mostra resultados promissores, tanto na recuperação dos estoques desse tipo de peixe, quanto na melhoria da comercialização do pescado em geral", considerou.
Em Mamirauá, pescadores artesanais experientes contam o número de pirarucus no momento de sua respiração aérea. Com isso, eles sabem quantos animais em média vivem na área observada, quantos são adultos, quantos são filhotes e, com esses dados, recebem do Ibama o número de peixes que eles poderão capturar.
"Durante o processo, é observa-se quantas vezes o peixe subiu à superfície para respirar. Um pirarucu adulto respira uma única vez em 20 minutos, ao contrário de um jovem que vem à superfície duas vezes", finalizou Batista.
O pirarucu é um dos maiores peixes de água doce do mundo. A palavra pirarucu é de origem indígena, onde pira significa peixe e urucu, vermelho. Para respirar, o pirarucu precisa subir à superfície dos rios. A espécie pode atingir 3 metros de comprimento e 200 quilos de peso.
Diferentemente de outras espécies tradicionais de peixes na Amazônia, capazes de trazer ao meio ambiente 1 milhão de filhotes a cada desova, o pirarucu só tem mil filhotes de cada vez. Alguns tipos de peixe atingem a idade adulta em um ano, mas o pirarucu leva cinco anos.
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