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Meio Ambiente

Pesca ilegal ameaça tribos de índios isolados na Amazonas



Do Globo Amazônia, em São Paulo

Agentes da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Amazonas apreenderam nesta semana cerca de 2 toneladas de peixe pirarucu e 140 tracajás capturados de maneira irregular em uma região onde vivem milhares de índios em situação de isolamento. A ação ocorreu no Vale do Javari, no oeste do estado, próximo à área de tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. De acordo com Fabrício Ferreira Amorim, coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental do Vale do Javari, o material estava embalado e pronto para ser transportado ao município de Atalaia do Norte, de onde poderia ser levado a Manaus ou a Letícia, já na Colômbia, e de lá para Bogotá. Um quilo de pirarucu não sai por menos de R$ 15 e pode chegar a R$ 40.

A identificação do crime ambiental foi possível graças a uma denúncia feita por indígenas Kanamary que moram no Alto Rio Itaquaí e viajavam em direção à Atalaia do Norte quando viram indícios da pescaria. Eles comunicaram o caso à agentes da Funai, que foram até a área para confirmar a irregularidade.

A apreensão foi realizada na quarta-feira. Na quinta-feira, a fiscalização voltou ao local com representantes do Ibama e da Polícia Federal, segundo Amorim, para procurar os infratores. Na sexta-feira, os agentes ainda trabalhavamm na contagem dos peixes para saber o peso exato do material apreendido.

A equipe prendeu 4 pescadores, levados para Tabatinga, mas dois conseguiram fugir.

- Eles estavam armados e disseram ter ficado 19 dias na mata para a pescaria - explica Amorim. Indígenas das etnias Matis, Marubo, Kanamary e Tikuna participaram da equipe que fez a apreensão.

A pesca irregular não representa a única ameaça ao meio ambiente da região, de acordo com Amorim. Segundo ele, a área é que apresenta maior densidade de povos indígenas em situação de isolamento ou recém-contatados em todo o mundo.

- A população de isolados é tão grande que ela pode ser próxima ou maior do que a de índios contatados, que é de cerca de 4 mil pessoas - diz ele.

Amorim explica que grupos de indígenas isolados têm organismo vulnerável a algumas doenças comuns a quem mora nas cidades, como a gripe. Além disso, existe o risco de conflito entre pescadores e indígenas Korubo ainda não contatados, que passam a frequentar mais regiões próximas ao Rio Itaquaí durante o verão amazônico, segundo ele.

- Não é só o crime ambiental que os pescadores cometem, existe o potencial de um crime de genocídio. Fazemos um esforço para respeitar o isolamento, mas eles acabam com isso - diz.

- Os pescadores conhecem muito bem os rios na região. Eles eram antigos moradores mas tiveram de deixar a área depois da demarcação de terras indígenas - diz o funcionário da Funai.

- Hoje, entram escondidos porque a região é muito atrativa e eles preferem se arriscar.

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