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Meio Ambiente

Norte beneficiado com etanol da mandioca



Norte e Nordeste serão os mais beneficiados pelo etanol da mandioca, dizem especialistas

Pedro Peduzzi
Agência Brasil

Brasília - As regiões Norte e Nordeste reúnem condições para ser as mais beneficiadas pelo uso da mandioca na produção de biocombustíveis. Dificuldades como a de transportar o produto por longas distâncias e a possibilidade de o etanol ser produzido em minis, pequenas e médias usinas podem contribuir para o desenvolvimento econômico e social dessas localidades.

“Devido à grande concentração de água [cerca de 70%], a mandioca não pode ser transportada por longas distâncias”, explica. “Para transportar a raiz por percursos maiores, de até 600 quilômetros, é necessário secá-la ao sol, de forma a adquirir um aspecto de chips. Isso pode ser melhor organizado a partir de mini cooperativas ou associações, o que traz, também, benefícios sociais para as comunidades envolvidas”, argumenta o vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam), Antônio Donizetti Fadel. “Nessas regiões, o social hoje pode resultar no econômico do futuro”, completa.

“A mandioca pode ser cultivada por minis, pequenos, médios e grandes produtores. Por isso é de grande utilidade para atender a demandas locais. Já a cana só é viável quando a produção é de grande porte”, avalia o técnico agro-florestal da Secretaria de Desenvolvimento Agro-Florestal do Acre, Diones Assis Salla. Ele explica que, devido à grande distância entre as comunidades da região Norte e as usinas de cana, o álcool nessas regiões costuma ser mais caro do que no restante do país.

Segundo o diretor do Centro de Raízes e Amidos Tropicais (Cerat), Cláudio Cabello, por a extração de etanol a partir da mandioca poder ser feita em usinas de pequeno porte, para uso local, o ideal para as comunidades mais afastadas é a adoção de pequenas unidades-piloto.

“A divulgação desse tipo de tecnologia faz parte das iniciativas do Cerat. Para tanto estamos instalando no câmpus de Lageado, da Universidade Estadual Paulista, em Botucatú, uma unidade que produzirá 5,3 metros cúbicos de etanol por dia”, informa Cláudio Cabello.

No passado, a produção de etanol a partir da cana tinha que ser de, no mínimo, 120 metros cúbicos de álcool por dia, para valer à pena. Segundo Cláudo Cabello, com a necessidade cada vez maior de tornar as empresas competitivas no mercado, esse valor subiu para uma produção diária de 240 metros cúbicos.
 



 
Norte beneficiado com etanol da mandioca - Gente de OpiniãoEstudo para o uso da mandioca açucarada na produção de biocombustíveis deve sair em julho

Pedro Peduzzi
Agência Brasil



Brasília - Embrapa estuda usar mandioca açucarada na produção de biocombustíveis. A raiz predominante no Pará já tem glicose na composição, o que facilita a transfomação do produto em combustível
Brasília - A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vem realizando pesquisas sobre a viabilidade da produção de etanol a partir de uma espécie diferenciada de mandioca, descoberta no interior do Pará: a mandioca açucarada. O estudo deve terminar em julho.

Segundo a pesquisadora da Embrapa Agroenergia, Sílvia Belém, ao contrário dos outros tipos de mandioca, esta possui glicose em sua fórmula, ao invés de amido. Isso torna disnecessário o processo de sacarificação da mandioca, no qual o amido é transformado em açúcar.

“O diferencial do nosso estudo está justamente no tipo de mandioca, bastante comum na região. A mandioca açucarada é uma variedade que tem sua raiz constituída basicamente de glicose e água, diferentemente da tradicional, formada de amido”, explica.

O fato de ela apresentar um teor elevado de açúcar facilita o processo de produção de etanol. “Isso facilita na etapa de fermentação, uma vez que não é necessário o processo de hidrólise, que se faz necessário na produção de etanol a partir de mandioca tradicional, de amido”, disse.

O estudo desenvolvido por ela ainda está no início e deve terminar no meio do ano. “É prematuro falar em conclusão. Contudo, a pesquisa começou porque, tendo por base o elevado teor de açúcar na raiz da planta, viu-se a possibilidade da produção de etanol a partir dela".

A planta, segundo a pesquisadora, tem um sabor bstante adocicado. “É similar ao de uma fruta, até por ela ter grande quantidade de água em sua constituição. A aparência se assemelha a um abacaxi, inclusive em tonalidade”, informa a pesquisadora.

Silvia explica que o processo de obtenção do etanol a partir desta espécie de mandioca é similar ao da cana, uma vez que as duas matérias-primas são formadas basicamente de açúcar e água. “Já em comparação à mandioca tradicional, o processo a partir mandioca açucarada é mais simples, portanto menos oneroso”, diz.

“A princípio, se for observado a viabilidade desta tecnologia, as principais beneficiadas serão as pessoas que estão em regiões onde não é possível a produção de etanol a partir de cana-de-açúcar, principalmente na região Norte do país, uma vez que esta espécie é nativa de lá”, explica.

Segundo a pesquisadora, já há estudos agronômicos na própria Embrapa, para a adaptação da espécie a outras regiões. “Mas se for observada a viabilidade desta tecnologia para uma difusão em outras regiões, seria necessário primeiramente estudos de adaptação da espécie”. 

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