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Moratória que protege botos cor-de-rosa de serem usados como isca vence em julho; ONGs e celebridades pedem por extensão

Petição coleta assinaturas para que a moratória da piracatinga, prestes a vencer, se torne permanente para a conservação dos botos da Amazônia


Foto: Internet - Gente de Opinião
Foto: Internet

É estimado que as populações de botos da Amazônia diminuam pela metade a cada 10 anos. Neste ritmo, se nenhuma medida for tomada, especialistas afirmam que esta espécie tende a ser extinta em apenas algumas décadas. 

Uma das ameaças recentes a este golfinho de rio tão icônico é a matança intencional por pescadores para o uso de sua carne como isca durante a pesca da piracatinga, um peixe bagre que não é de consumo típico de amazonense ou de valor comercial no Brasil. Jacarés também são ilegalmente usados como isca para a captura deste peixe. 

Nesta terça-feira (30), a Sea Shepherd Brasil, influenciadores e outras organizações sociais e privadas se unem em um movimento para exigir a permanência da moratória da piracatinga. A campanha ‘Não Deixe o Boto Virar Lenda’ informa e movimenta o público e convida a assinar uma petição na plataforma Change.org: http://change.org/SalveOsBotos 

A campanha já movimentou grandes vozes, como Xuxa, Bela Gil, Hana Khalil, entre outros, e arrecadou cerca de 60 mil assinaturas. Desta vez, celebridades como Wanessa Camargo, Klebber Toledo e Glória Pires se reúnem em um vídeo de alerta ao brasileiro sobre esta prática cruel que pode resultar na extinção da espécie. 

Todos poderão participar: o vídeo e o conteúdo serão publicados nas redes sociais de diversos influenciadores, organizações sociais e de empresas durante o início do mês de junho, junto com a hashtag #NaoDeixeOBotoVirarLenda. A movimentação fará com que os brasileiros saibam mais sobre a maior ameaça ao boto e possam contribuir diretamente assinando a petição a fim de manter a moratória de maneira permanente. 

A Sea Shepherd Brasil já apontou ao Governo medidas satisfatórias para a proteção do boto em reuniões presenciais que ocorreram no final de maio. Em meados de junho, irá enviar todas as assinaturas coletadas na petição para os dois órgãos públicos que devem decidir sobre a extensão ou não desta proibição: o Ministério da Pesca e o Ministério do Meio Ambiente. 

Segundo a organização, o momento de decisão é agora e uma pressão da população é essencial para influenciar a escolha dos órgãos públicos. 

Para saber mais, acesse: www.botodaamazonia.org.br

 

Entendendo a ameaça ao boto da Amazônia

A piracatinga é exportada ilegalmente para a Colômbia ou segue rumo ao país via seu vizinho do Peru. O comércio de piracatinga na Colômbia é proibido, já que este é um peixe com altas concentrações de mercúrio e outros tóxicos danosos à saúde. A piracatinga pode também estar sendo vendida sob outros nomes, enganando consumidores no Brasil. 

A morte intencional de botos é um ato ilegal desde 1988, assim como a morte de jacarés, portanto seu uso como isca, assim como o comércio deste peixe na Colômbia, são práticas permanentemente ilegais. 

Desde 2015 há uma moratória temporária que proíbe a pesca e a comercialização da piracatinga no Brasil. Esta moratória está prevista para acabar em 2 de julho de 2023. 

As próximas semanas serão cruciais para a decisão do Governo de estender a moratória ou não e por quanto tempo. Precisa-se de no mínimo 13 anos para estudar o real impacto de uma lei vigente na proteção destas espécies, e a legalização desta prática só fomentará um comércio rodeado de crimes e um consumo nada saudável ao brasileiro. 

Desde outubro de 2021, a Sea Shepherd atua na Amazônia para a conservação dos botos. Os cientistas da organização se uniram a cientistas renomados do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), que lideram a pesquisa científica mais abrangente e extensa sobre o boto vermelho, ou boto cor-de-rosa, como é popularmente conhecido na Amazônia e no resto do Brasil, respectivamente (Inia geoffrensis). A pesquisa tem o cunho de informar a saúde populacional e densidade destas espécies. 

As pesquisas hoje existentes já indicam que essas espécies necessitam constar na lista de risco crítico de extinção pela International Union for Conservation of Nature (IUCN) para receberem a proteção ambiental que necessitam na região. 

 

Sobre a Sea Shepherd Brasil

A Sea Shepherd Brasil é a organização mais passional pela proteção da vida marinha e do oceano no Brasil. Estabelecida em 1999 pelo capitão Paul Watson, a organização sem fins lucrativos está na missão de defender, proteger e conservar o oceano e a vida dos animais aquáticos. Ela conta com missões de ação direta, conscientização e de fomento à ciência para a conservação. Para mais informações sobre a Sea Shepherd Brasil e suas campanhas, visite o site www.seashepherd.org.br  

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