Quinta-feira, 2 de maio de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Meio Ambiente

Mais de 12 milhões de filhotes de tartarugas da Amazônia foram soltos no rio Guaporé em Rondônia


Mais de 12 milhões de filhotes de tartarugas da Amazônia foram soltos no rio Guaporé em Rondônia - Gente de Opinião

A soltura de quelônios no rio Guaporé ocorreu neste domingo, 11, em uma ação conjunta entre o Governo de Rondônia, acompanhada pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental – Sedam, Batalhão de Polícia Ambiental – BPA e a Associação Comunitária Ecológica do Vale do Guaporé – Ecovale.

O governador Marcos Rocha enfatizou a atuação da Sedam e do BPA na busca do equilíbrio da espécie vulnerável e a recuperação gradual dos ambientes básicos de sobrevivência do quelônio do Guaporé. “O Estado busca fomentar essa ação na região coordenada pela Ecovale, essa importante organização não-governamental que também recebe investimento da iniciativa privada”, ressaltou o governador.

PROJETO QUELÔNIOS

O secretário da Sedam Marco Antônio Lagos esteve em São Francisco do Guaporé e acompanhou a coleta e a soltura dos quelônios. Segundo ele “o Projeto Quelônios da Amazônia apoia o Quelônios do Guaporé da Ecovale que atua há 23 anos nessa região com o objetivo de monitorar, proteger e assegurar a reposição de estoques naturais”, esclareceu ele.

De acordo com o comandante do BPA, Cel. Adenilson Silva Chagas, “desde 2020 o projeto ganhou reforço na fiscalização, com a vigilância permanente no rio Guaporé para evitar a prática de ações predatórias na fronteira Brasil-Bolívia”, reforçou.

Para o vice-presidente da Ecovale, Zeca Lula, “as tartarugas encontradas no Guaporé são a maior espécie de quelônio de água doce da América do Sul, podendo chegar um metro de comprimento e pesar até 75 quilos. Por isso a importância de preservar a espécie nessa região que é considerado o maior berçário dessa espécie do mundo”, comemora.

Esse é o resultado desse trabalho feito em conjunto. Para a gerente regional de gestão ambiental da Sedam Jemyllly Duarte “o Estado pretende conservar mais a espécie, melhorando nos próximos anos a fiscalização nas estações de desova e eclosão, e diminuindo a vulnerabilidade do quelônio”, detalha.

REPRODUÇÃO
A desova este ano aconteceu em outubro e a eclosão em dezembro, um pouco mais tarde que o normal. De acordo com o biólogo da Sedam Leandro Almeida “as espécies de quelônios que sempre povoaram as regiões do Guaporé aproveitam a faixa de areia branca exposta às margens onde cavam seus ninhos para a desova”, explica ele.

Hoje pelo menos seis áreas de desova em cerca de 120 mil ninhos estão protegidas pelo projeto. Após a eclosão, geralmente no mês de novembro, a equipe do projeto recolhe os filhotes dos ninhos. Devido a proximidade das covas é possível encontrar ninhos interligados por túneis. Depois de coletados os filhotes são levados para os tanques rede onde ficam até perderem o odor característico, que atrai os predadores. Após esse período é realizada a soltura em áreas mais seguras. A soltura ocorre sempre no mês de dezembro, este ano o evento reuniu centenas de pessoas na praia Belo Oriente em São Francisco do Guaporé. Já em liberdade os filhotes e adultos migram para as águas em busca de refúgio e alimentação, longe do maior predador, os seres humanos.

“Por meio deste manejo, esperamos aumentar a taxa de sobrevivência dos quelônios, que ao nascerem são frágeis e não conseguem se alimentar ou se proteger de outros animais silvestres. Então, nosso propósito é auxiliar as tartarugas para que aprendam a comer o que vão encontrar nos rios quando forem soltos”, explicou Zeca Lula.


Gente de OpiniãoQuinta-feira, 2 de maio de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

EcoCast: série especial discute os desafios e oportunidades do mercado de carbono no Brasil

EcoCast: série especial discute os desafios e oportunidades do mercado de carbono no Brasil

Você sabe o que são os famosos créditos de carbono? E como eles funcionam, você sabe? Na série especial “Carbono: desafios e oportunidades” recebemos

Inovação e Sustentabilidade em Rondônia: UNIR e Eletrogoes Avançam na Pesquisa Florestal

Inovação e Sustentabilidade em Rondônia: UNIR e Eletrogoes Avançam na Pesquisa Florestal

O Grupo de Pesquisa de Recuperação de Ecossistemas e Produção Florestal, coordenado pelas Dra. Kenia Michele de Quadros e Dra. Karen Janones da Roch

Pesquisa estuda folha da Amazônia para substituição do mercúrio na extração de ouro

Pesquisa estuda folha da Amazônia para substituição do mercúrio na extração de ouro

Pau-de-balsa é uma espécie florestal nativa da Amazônia e já é utilizada de forma artesanal na Colômbia para extração de ouro.Agora, cinco instituiçõ

Ibama define nova prioridade para enfrentar perdas na biodiversidade e a crise climática

Ibama define nova prioridade para enfrentar perdas na biodiversidade e a crise climática

Neste ano em que completa 35 anos, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) comemora o impacto do trabalho

Gente de Opinião Quinta-feira, 2 de maio de 2024 | Porto Velho (RO)