Quinta-feira, 6 de dezembro de 2007 - 10h06
Os estados localizados na região de expansão agrícola da Amazônia lideram as estatísticas percentuais em mortes violentas, nas quais se incluem acidentes de trânsito, suicídios, acidentes de trabalho e homicídios. O ranking é encabeçado por Rondônia, que chega a apresentar mais que o dobro da média nacional, com 31,9% das mortes de homens por causas violentas, enquanto o índice para o Brasil é de 15%.
Os números fazem parte das Estatísticas do Registro Civil, divulgadas hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento, feito durante o ano de 2006, o segundo estado mais violento é Mato Grosso (22,2%), com o Amapá em terceiro lugar (22%).
Dos dez estados com maior percentual de mortes violentas, seis pertencem à região amazônica, incluindo Roraima (19,4%), Pará (19,2%) e Tocantins (17%). São áreas basicamente rurais, de grande extensão de florestas e que abrigam empreendimentos agropecuários de larga escala. O que não é apenas coincidência, segundo o advogado José Batista Afonso, membro da coordenação nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e que representa a entidade no Pará.
Esses estados estão localizados na fronteira da expansão agrícola, no que chamamos de arco do desmatamento, que faz pressão sobre a Amazônia. São locais onde a presença do Poder Judiciário e da segurança pública é extremamente fragilizada, associada ao problema da impunidade.
Segundo o membro da CPT, a maior parte das terras nessas regiões são públicas e sofrem os processos de grilagem, quando são forjados documentos de propriedade, ou de apropriação ilegal, em que a pessoa toma posse sem nenhum documento, o que estimula a violência.
No caso específico de Rondônia, José Batista credita os crimes ao grande fluxo de pessoas em busca de empregos em agronegócios. É um dos principais corredores de imigração para aquela região da Amazônia e de expansão de grandes projetos da pecuária e da soja. Isso provoca um problema social gravíssimo e uma das conseqüências principais é o aumento da violência.
De acordo com o IBGE, no ano passado morreram em Rondônia 1.717 pessoas vítimas de violência, dos quais 1.330 homens e 387 mulheres. Embora o estado lidere em termos percentuais o ranking na região norte, em números absolutos fica atrás do Pará, que registrou 3.208 mortes violentas: 2.705 homens e 501 mulheres.
Outros dois estados que aparecem em destaque no percentual de óbitos violentos não estão localizados na Amazônia, mas têm igualmente problemas fundiários históricos de luta pela terra: Mato Grosso do Sul e Pernambuco, ambos com 17,7% de mortes causadas por violência. O primeiro, registrando 1.494 mortes violentas e o segundo, 5.914.
No ranking das dez unidades da federação mais violentas também aparecem o Espírito Santo (20,6%) e o Distrito Federal (18,3%), onde não há disputas graves por terras, mas enfrentam problemas como o crime organizado, no caso do Espírito Santo, e de altos índices de acidentes de trânsito, na capital federal.
Fonte: Vladimir Platonow - Agência Brasil
Sábado, 15 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)
Porto Velho atrai investimentos internacionais na maior Conferência para o Clima do mundo
Porto Velho aproveita a COP30, em Belém do Pará, para ocupar espaço nas discussões globais sobre clima e acelerar a busca por investimentos. A conferê

COP30: direito à água potável no Baixo Rio Madeira, em Rondônia, é tema de debate
A Defensoria Pública da União (DPU) iniciou esta quarta-feira (12) com um debate sobre a seca que afetou a população ribeirinha do Baixo Rio Madeira

Sebrae Rondônia reforça compromisso com a ação climática durante a COP30
Durante a COP30, em Belém (PA), o Sebrae Nacional reafirmou, nesta terça-feira (11), seu compromisso com a mobilização global em favor dos pequenos

Cheia histórica do Rio Guaporé desafia desova das tartarugas e acende alerta ambiental em Rondônia
O ciclo de vida das tartarugas-da-Amazônia é um verdadeiro espetáculo natural que se repete todos os anos nas margens do Rio Guaporé, localizado na d
Sábado, 15 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)