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Meio Ambiente

Governador do Amazonas diz que discussão sobre BR-319 é esquizofrênica



Luana Lourenço
Agência Brasil


Manaus - O governador do Amazonas, Eduardo Braga, criticou o parecer do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que reprovou o Estudo de Impacto Ambiental para o asfaltamento da BR-319, que liga a Manaus a Porto Velho (RO). Braga disse que a discussão ambiental sobre a rodovia é "esquizofrênica" e que não aceitará que "ecologistas de Ipanema" decidam sobre questões da Amazônia.

Braga argumentou que o Ibama avaliou os impactos ambientais da obra baseados em "uma Amazônia que não existe mais". Segundo ele, as condições naturais em torno da rodovia já sofreram modificações quando a estrada foi construída pelos militares no fim da década de 1970. Por falta de manutenção, um trecho de mais de 400 quilômetros precisa ser completamente reconstruído, e para isso é necessária a licença do Ibama.

"Não se pode simplesmente inventar análises botânicas sobre uma Amazônia que não existe mais em torno da BR 319. A rodovia tem uma botânica completamente diferente a partir do asfaltamento. Essa discussão é esquizofrênica, até certo ponto pouco ética", disse em entrevista antes da abertura da 61ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) na noite de ontem (12).

O governador disse estar disposto a discutir as questões ambientais da BR-319, inclusive com técnicos do Ibama, mas que não vai aceitar que ambientalistas decidam sobre o futuro da rodovia, em referência direta ao ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

"O que eu não aceito é os ecologistas da praia de Ipanema quererem decidir sobre o destino do povo da Amazônia."

Braga alegou que não recebeu apoio quando, anos atrás, defendia a construção de uma ferrovia no trecho; hipótese atualmente levantada por Minc para tentar reduzir o impacto ambiental de um grande empreendimento na região.

"Durante quase quatro anos defendi essa ferrovia, nenhuma voz se levantou em defesa da ferrovia. Agora, quando a nação brasileira toma a decisão de uma rodovia, nós não podemos penalizar os amazônidas – que são o melhor exemplo de conservação e de preservação da floresta – punindo eles com o isolamento", disse.
 

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