Segunda-feira, 8 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Meio Ambiente

ECOSSISTEMAS


 


Missão urgente: 
Salvar o Cerrado Amazônico
 

 
LUIZA ARCHANJO (*)
Agência Amazônia


(Gavião pega-macaco, uma das espécies da fauna do Parque Nacional Campos Amazônicos/FLIRCK). PORTO VELHO, RO – Uma equipe de 34 pessoas, entre elas, pesquisadores de várias áreas do conhecimento e analistas ambientais do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), começou esta semana uma missão para identificar a variedade de fauna e flora do Parque Nacional dos Campos Amazônicos. Segundo especialistas, 11 espécies de macacos já foram identificadas na região do Parque e há outra em descrição.

Os dados coletados servirão para elaborar o plano de manejo daquela unidade de conservação. Segundo a analista Érica Coutinho, do ICMBio, o Parque está ameaçado pelo avanço da fronteira agrícola e possui uma das maiores biodiversidades da Amazônia, já que tem "o maior cerrado do sul da Amazônia".

O geógrafo Maurício Silva, do Centro Regional de Porto Velho do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), explica que o Parque Nacional dos Campos Amazônicos possui 875 mil hectares e está localizado na divisa dos Estados de Rondônia, Mato Grosso e Amazonas. "O Parque tem vegetação de floresta e também de cerrado. Neste território há dois animais ameaçados de extinção – o veado campeiro e o cervo do Pantanal. Na parte de floresta existe muita pressão do desmatamento, principalmente nos municípios de Colniza (MT) e Machadinho do Oeste (RO)", disse. O Sipam está apoiando o ICMBio com a produção de mapas e monitoramento, via satélite, do desmatamento.

O Parque é uma unidade de preservação integral onde só são permitidas pesquisas científicas, atividades de educação ambiental e turismo ecológico, e está sob a responsabilidade do ICMBio. "A partir dos estudos, teremos como estabelecer a melhor forma de gerir o Parque", disse a analista Érica Coutinho. Segundo ela, a coleta dos materiais de pesquisa da fauna e da flora vai durar 20 dias. Após a coleta, serão feitas análises e o estágio final é o plano de manejo do Parque. "Geralmente todas estas etapas duram cinco anos, mas estamos implantando uma nova metodologia e queremos terminar o plano de manejo em 18 meses", finalizou.

(*) É jornalista, assessora de comunicação do Centro Técnico Operacional do Sipam em Porto Velho (RO).

Parque possui vários ecossistemas em 

ECOSSISTEMAS - Gente de Opinião
Pesquisadores também identificarão a onça-pintada / LAURY SULLEN JR-IPÊ

campos sujos, limpos e cerrados

O Parque Nacional dos Campos Amazônicos foi criado no dia 21 de junho de 2006 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com 876 mil hectares se localiza nos estados do Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, abrangendo trechos dos rios Roosevelt, Guaribas, Branco, Madeirinha e Ji-Paraná. O parque protege grande variedade de ecossitemas, incluindo diferentes formações florestais, bem como uma das maiores manchas de Cerrado, os campos, de toda Amazônia. A paisagem dos cerrados/savanas é composta por campos sujos, campos limpos e cerrados propriamente ditos. Matas de galeria são encontradas ao longo dos rios e riachos que cortam a savana.

O solo das savanas da região é arenoso e raso, de baixa fertilidade, muito suscetíveis à erosão. Existem diversas nascentes na área dos campos, onde é encontrada uma vegetação semelhante às veredas do Brasil Central, com presença de buritis e buritiranas.

Nas demais áreas do parque existem florestas mais abertas ou densas. Esta diversidade de habitats em uma mesma região condiciona a ocorrência de diversas espécies. Além disso, a proposta inclui trechos de interflúvios de rios, ermitindo abranger espécies típicas de tais áreas.

A presença de savanas isoladas na floresta amazônica é considerada uma evidência de ciclos climáticos de umidade e aridez durante o Pleistoceno. Durante os períodos frios e secos, os campos (cerrados) ampliaram sua distribuição, enquanto as florestas retraíram, formando manchas florestais, o que favoreceria a formação de novas espécies de
plantas e animais. 

Fonte: Montezuma Cruz: A Agênciaamazônia é parceira do Gentedeopiniao.

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 8 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Ecoporé realiza segundo mutirão de plantio da campanha “Folião Vira Árvore” no IFRO Calama

Ecoporé realiza segundo mutirão de plantio da campanha “Folião Vira Árvore” no IFRO Calama

A Ecoporé realiza nesta sexta-feira, 5 de dezembro, com  concentração às 15h, no IFRO Campus Calama, o segundo mutirão de plantio da campanha Para

Prefeitura destaca ação dos Caiaqueiros que recolheram resíduos no rio Madeira

Prefeitura destaca ação dos Caiaqueiros que recolheram resíduos no rio Madeira

Durante a Agrotec 2025, iniciativa da Prefeitura de Porto Velho, os Caiaqueiros que participaram da corrida de voadeiras também realizaram uma ação am

Ação ‘Somos Todos Guaporé’ recolhe 2 toneladas de resíduos e reforça consciência ambiental em Pimenteiras do Oeste (RO)

Ação ‘Somos Todos Guaporé’ recolhe 2 toneladas de resíduos e reforça consciência ambiental em Pimenteiras do Oeste (RO)

A ação Somos Todos Guaporé realizou mais uma expedição de limpeza no Rio Guaporé, em Pimenteiras do Oeste (RO), entre os dias 23 e 28 de novembro. A

CACB apresenta Agenda Empresarial 2030 com participação do Sebrae em Rondônia nas iniciativas regionais

CACB apresenta Agenda Empresarial 2030 com participação do Sebrae em Rondônia nas iniciativas regionais

A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) apresentou em Belém (PA), durante a 30ª Conferência das Partes (COP30), a

Gente de Opinião Segunda-feira, 8 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)