Sexta-feira, 14 de novembro de 2008 - 14h09
Missão urgente:
Salvar o Cerrado Amazônico
LUIZA ARCHANJO (*)
Agência Amazônia
(Gavião pega-macaco, uma das espécies da fauna do Parque Nacional Campos Amazônicos/FLIRCK). PORTO VELHO, RO – Uma equipe de 34 pessoas, entre elas, pesquisadores de várias áreas do conhecimento e analistas ambientais do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), começou esta semana uma missão para identificar a variedade de fauna e flora do Parque Nacional dos Campos Amazônicos. Segundo especialistas, 11 espécies de macacos já foram identificadas na região do Parque e há outra em descrição.
Os dados coletados servirão para elaborar o plano de manejo daquela unidade de conservação. Segundo a analista Érica Coutinho, do ICMBio, o Parque está ameaçado pelo avanço da fronteira agrícola e possui uma das maiores biodiversidades da Amazônia, já que tem "o maior cerrado do sul da Amazônia".
O geógrafo Maurício Silva, do Centro Regional de Porto Velho do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), explica que o Parque Nacional dos Campos Amazônicos possui 875 mil hectares e está localizado na divisa dos Estados de Rondônia, Mato Grosso e Amazonas. "O Parque tem vegetação de floresta e também de cerrado. Neste território há dois animais ameaçados de extinção – o veado campeiro e o cervo do Pantanal. Na parte de floresta existe muita pressão do desmatamento, principalmente nos municípios de Colniza (MT) e Machadinho do Oeste (RO)", disse. O Sipam está apoiando o ICMBio com a produção de mapas e monitoramento, via satélite, do desmatamento.
O Parque é uma unidade de preservação integral onde só são permitidas pesquisas científicas, atividades de educação ambiental e turismo ecológico, e está sob a responsabilidade do ICMBio. "A partir dos estudos, teremos como estabelecer a melhor forma de gerir o Parque", disse a analista Érica Coutinho. Segundo ela, a coleta dos materiais de pesquisa da fauna e da flora vai durar 20 dias. Após a coleta, serão feitas análises e o estágio final é o plano de manejo do Parque. "Geralmente todas estas etapas duram cinco anos, mas estamos implantando uma nova metodologia e queremos terminar o plano de manejo em 18 meses", finalizou.
(*) É jornalista, assessora de comunicação do Centro Técnico Operacional do Sipam em Porto Velho (RO).
Parque possui vários ecossistemas em

Pesquisadores também identificarão a onça-pintada / LAURY SULLEN JR-IPÊ
campos sujos, limpos e cerrados
O Parque Nacional dos Campos Amazônicos foi criado no dia 21 de junho de 2006 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com 876 mil hectares se localiza nos estados do Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, abrangendo trechos dos rios Roosevelt, Guaribas, Branco, Madeirinha e Ji-Paraná. O parque protege grande variedade de ecossitemas, incluindo diferentes formações florestais, bem como uma das maiores manchas de Cerrado, os campos, de toda Amazônia. A paisagem dos cerrados/savanas é composta por campos sujos, campos limpos e cerrados propriamente ditos. Matas de galeria são encontradas ao longo dos rios e riachos que cortam a savana.
O solo das savanas da região é arenoso e raso, de baixa fertilidade, muito suscetíveis à erosão. Existem diversas nascentes na área dos campos, onde é encontrada uma vegetação semelhante às veredas do Brasil Central, com presença de buritis e buritiranas.
Nas demais áreas do parque existem florestas mais abertas ou densas. Esta diversidade de habitats em uma mesma região condiciona a ocorrência de diversas espécies. Além disso, a proposta inclui trechos de interflúvios de rios, ermitindo abranger espécies típicas de tais áreas.
A presença de savanas isoladas na floresta amazônica é considerada uma evidência de ciclos climáticos de umidade e aridez durante o Pleistoceno. Durante os períodos frios e secos, os campos (cerrados) ampliaram sua distribuição, enquanto as florestas retraíram, formando manchas florestais, o que favoreceria a formação de novas espécies de plantas e animais.
Fonte: Montezuma Cruz: A Agênciaamazônia é parceira do Gentedeopiniao.
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