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Meio Ambiente

Deputado propõe Universidade da Biodiversidade da Amazônia



Uma proposta pioneira e extremamente necessária para o bom desenvolvimento e preservação da região amazônica foi apresentada pelo deputado federal Carlos Souza (PP/AM). O parlamentar deu entrada, na Câmara dos Deputados, no projeto de lei (PL) que cria a Universidade da Biodiversidade da Amazônia, que vai priorizar conhecimentos científicos e oferecer cursos voltados para as demandas da região como botânica, zoologia, ecologia e medicina tropical.

A proposta de criação da Universidade da Biodiversidade da Amazônia já recebeu parecer favorável do Ministério da Educação. Através de ofício, o Ministério agradeceu ao deputado Carlos Souza pelo empenho na busca pelo aprimoramento da Educação no Brasil e informou que vai fazer um estudo de viabilidade econômica e social sobre a alocação de recursos federais para a instalação da nova universidade.

Segundo a proposta do parlamentar amazonense, cabe ao governo federal definir e tomar as providências necessárias para viabilizar a criação da universidade como os aspectos jurídicos, institucionais e geográficos e os recursos financeiros, materiais e humanos. Em sua solicitação, Carlos Souza propõe que a universidade seja construída no município de Tefé (a 523 quilômetros a oeste de Manaus). "Cidade que dispõe de aeroporto de grande porte para completar o que já foi alcançado por entidades como Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e outras, na rica biodiversidade regional, a serviço da humanidade, pela incomensurável riqueza latente, que dispensa comentar o potencial dos resultados econômicos, sociais, culturais e políticos de empreendimento desse porte", justifica o deputado em seu projeto.

Carlos Souza diz ainda, em sua proposta, que a Universidade da Biodiversidade da Amazônia deve ocupar-se do inventário fitozoológico da Hiléia e oferecer os cursos de botânica, zoologia, fitologia, ecologia, medicina tropical, farmácia, odontologia, antropologia, genética, ictiologia (ramo da zoologia devotado ao estudo dos peixes), entomologia (ciência que estuda os insetos), veterinária tropical, bioquímica, biofísica, geologia e fisiologia de solos, engenharia florestal e limnologia.

"A Amazônia é uma região que necessita de cuidados permanentes. A dimensão e diversidade dos elementos que compõem o seu meio-ambiente não podem mais viver na escuridão e sem proteção. Mas, infelizmente é a área do País que mais padece de políticas públicas e de um sistema eficiente em prol de seu desenvolvimento e proteção. A Universidade da Biodiversidade da Amazônia vai fortalecer as pesquisas sobre a região e isso garantirá mais investimentos e um maior conhecimento cientifico", disse Carlos Souza.

Nova visão

O escritor Délcio Vieira Salomon, escreveu recentemente um artigo no site Universia (www.universia.com.br), sobre a proposta da Universidade da Biodiversidade da Amazônia. Segundo ele, "no momento em que se pensa em reforma da universidade brasileira, importa lembrar que a 'nova' universidade que se pretende não pode menosprezar sua responsabilidade com toda a problemática que o conceito de ecologia faz eclodir. Se a universidade que resultar desse processo de reformulação não encampar, entre seus objetivos, a dimensão ecológica, está fadada a nascer caduca, pois terá feito 'tábula rasa' de toda a possibilidade inerente à sua natureza de universalidade e de atender à sociedade na solução do problema, se não o mais, um dos mais relevantes dos dias atuais. O projeto da 'nova' universidade propõe ser ela integrada a seu tempo. Por isso não pode descuidar da transdisciplinaridade e da ecologia.

Salomon afirma também, em seu artigo, que "Acredito que como idéia há de provocar acolhida. Há de se convir com o que dizia C. Castoriadis: 'A ecologia faz renascer a relação esquecida e oculta da sociedade com a utopia. Utopia entendida como desejo de mudança e horizonte da nossa atividade, sem prejudicar a possibilidade de materialização efetiva dessa mudança'. E diante da catástrofe que se avizinha, o grito de alerta: 'Não basta denunciar o perigo para se precaver contra ele'. É preciso muito mais. E o mínimo que vejo nesse 'muito mais' é a criação urgente de uma universidade visceralmente transdisciplinar de ecologia.

Para Carlos Souza, a criação da Universidade da Biodiversidade da Amazônia vai suprir um apelo mundial de busca por alternativas que garantam as florestas intactas, as espécies animais preservadas e os rios limpos da região amazônica.  "Enfim, tudo o que faça com que tenhamos mais conhecimento sobre a biodiversidade da região amazônica, que é a área mais vigiada e desejada do planeta", afirmou o parlamentar.

Fonte: Emanuelle Araújo

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