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DE OLHO NO TEMPO: Fenômeno atípico deixa agosto molhado em Rondônia



Em vários municípios rondonienses, o total de chuva acumulado, nos 25 dias de agosto, já supera a média mensal. Em outros, a chuva mingua estando abaixo da climatologia esperada.

Daniel Panobianco – O mês de agosto já é o mais úmido dos últimos anos em várias cidades do Brasil, inclusive de Rondônia. Chuvas constantes inibem a proliferação de queimadas e mantém um índice pluviométrico acima da média climatológica esperada para todo o mês. 

Um sistema meteorológico, considerado pelo CPTEC/INPE (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) do (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) como atípico, está favorecendo a manutenção de um canal de umidade que atravessa o Brasil, desde a Amazônia até o oceano atlântico. O nome técnico do sistema é Zona de Convergência de Umidade, parecido com a já conhecida, Zona de Convergência do Atlântico Sul, que sempre aparece no Brasil nos meses mais úmidos, como dezembro, janeiro, fevereiro e março e, geralmente, produz grandes aguaceiros pelo interior.
 
A atual Zona de Convergência de Umidade, ainda está sendo alimentada pela umidade da Amazônia, fato raríssimo de se presenciar em um mês de agosto, onde normalmente, no centro do Brasil, a predominância é de ar muito seco. 

Somente nesta terça-feira (25), a estação meteorológica automática do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), em Ariquemes, registrou 41,4 mm de chuva, entre as 22 horas e a meia-noite. O acumulado nos 25 dias do mês é de 66,2 mm, mais que o dobro da média climatológica para a cidade, que é de 26,4 mm, sendo agosto, o terceiro mês mais seco na região, atrás apenas de junho e julho, que tem média de 25,8 mm e 13,4 mm, respectivamente. 

Além da chuva, o vento máximo soprou forte em Ariquemes, entre as 22 e 23 horas, com rajada máxima registrada pelo anemômetro da estação, de 51,1 km/h. 

Em Cacoal, outra estação automática do INMET, registrou entre as 19 e 22 horas, 35,8 mm, somando com as demais chuvas do mês, 50,6 mm, também acima da média climatológica, que é de 22,5 mm. Na mesma estação meteorológica, a chuva também chegou acompanhada de fortes rajadas de vento, com pico máximo registrado entre as 20 e 21 horas, com 66,6 km/h. 

Em Porto Velho, a estação automática do INMET, instalada na Zona Sul, registrou apenas 0,2 mm, entre as 2 e 3 horas, mas o total acumulado nos 25 dias de agosto já chega a 67,8 mm, bem acima da média climatológica esperada para todo o mês na cidade, que é de 34,5 mm. 

Já na estação convencional, do aeroporto “Governador Jorge Teixeira de Oliveira”, operada pela REDEMET (Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica), o agosto mais molhado pertence ao ano de 2005, quando foram registrados 73,6 mm. 

No sul do Estado, Vilhena não registrou chuva na estação automática, também operada pelo INMET, na saída para Presidente Médici. O acumulado nos 25 dias de agosto é de apenas 13 mm. A média climatológica de chuvas em Vilhena no mês é de 16,7 mm. Apesar de a estação não ter coletado chuva, a instabilidade que passou pela região provocou ventos fortes, com rajadas entre as 9 e 10 horas, de 48,2 km/h. 

As tempestades, rápidas, porém com extremos significativos, tais como acumulados de chuva em pouco tempo, rajadas de vento, raios e granizo, são comuns em Rondônia no inicio e término do período chuvoso, que normalmente compreende os meses de abril, maio, outubro e novembro. 

De maneira geral, a atual Zona de Convergência de Umidade, aliada às chuvas registradas ao longo do mês de agosto, mantém as precipitações acima da média no centro, centro-oeste e norte rondoniense. 

Em regra, o número de queimadas acumuladas no mês em todo o Brasil é de 6938 focos, contra 18744 focos registrados em agosto de 2008.

Dados: INMET – REDEMET – CPTEC/INPE 
Fonte: De olho no tempo

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