Quinta-feira, 8 de maio de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Meio Ambiente

BR 319 e a Amazônia que não existe mais



A publicação, na última quinta-feira, do parecer do IBAMA vetando a emissão da licença e pedindo complementação do EIA motivou discursos inflamados e expôs novamente os interesses políticos em torno do projeto. Encabeçados pelo senador João Pedro, atual suplente de Alfredo Nascimento, 75 parlamentares se organizam para pressionar o Ministério do Meio Ambiente pela emissão da licença.

Ao mesmo tempo, o DNIT já informou que além de pedir revisão do parecer deverá recorrer judicialmente da decisão. A fala mais contundente veio do governador do Amazonas, Eduardo Braga, para quem essa discussão além de “esquizofrênica”, é “pouco ética”.

Ao afirmar que não vai permitir que “ambientalistas” decidam sobre o futuro da rodovia, o governo do Amazonas demonstra desinformação sobre as bases técnicas do parecer do IBAMA sobre o EIA. Ao contrário dos argumentos incipientes que a justificam, a decisão de negar a licença é, em todo o processo decisório envolvendo a BR-319, certamente a mais bem (e talvez única) decisão embasada em critérios explicitamente técnicos.

Contradições no discurso do governo estadual em relação à BR-319 não são novidade. Em 2005, quando o MMA exigiu que a obra fosse licenciada, o governo acusou o órgão federal de atender a interesses dos que não queriam o desenvolvimento do estado. Em 2007, ao defender a ferrovia, o governo do Amazonas alardeava o potencial turístico e de créditos de carbono desse projeto em detrimento das rodovias, apontadas como “mau hábito”.

Sem dúvida, como o próprio governador reconhece em seu discurso, a Amazônia mudou. Há 20 anos, quando a BR-319 foi fechada por falta de uso e manutenção, a fronteira de desmatamento hoje consolidada no sul do Amazonas, era incipiente e não foi combatida. A inclusão de municípios do sul do Amazonas como Lábrea na lista dos mais desmatados é prova de que muita coisa mudou. Se o hábito de implantar projetos inviáveis ambiental e economicamente como a BR-319 não mudar,infelizmente “a Amazônia que não existe mais” será realidade até mesmo no estado mais preservado do bioma.

Fonte: Greenpeace

Gente de OpiniãoQuinta-feira, 8 de maio de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

TCE de Rondônia cobra ações do Estado para evitar nova crise de queimadas em 2025

TCE de Rondônia cobra ações do Estado para evitar nova crise de queimadas em 2025

O Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO) reuniu, nesta sexta-feira (2/5), autoridades estaduais para cobrar ações concretas e coordenadas

Viveiro Municipal de Porto Velho amplia doações e distribuição de mudas em 2025

Viveiro Municipal de Porto Velho amplia doações e distribuição de mudas em 2025

A Prefeitura de Porto Velho, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema) e do Departamento de Proteção e Co

Presidente da FIERO participa da estreia do programa “Fala Indústria” promovido pela CNI

Presidente da FIERO participa da estreia do programa “Fala Indústria” promovido pela CNI

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO), Marcelo Thomé, participou nesta terça-feira, 15, da estreia do programa Fala

Rio Madeira está a mais de 1,5 metro da sua normalidade para o ano

Rio Madeira está a mais de 1,5 metro da sua normalidade para o ano

Neste sábado (12), o rio Madeira registrou a cota de 16,76 metros, se mantendo estável nas últimas 24 horas. De acordo com o Boletim de Monitorament

Gente de Opinião Quinta-feira, 8 de maio de 2025 | Porto Velho (RO)