Quarta-feira, 30 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Meio Ambiente

BIODIESEL: Agricultura familiar ainda participa pouco


Sabrina Craide
Agência Brasil

Brasília - A agricultura familiar ainda não está participando como poderia da produção de biodiesel no país. A avaliação é do consultor do portal especializado Biodieselbr, Univaldo Vedana. Segundo ele, a agricultura familiar representa menos de 5% do total da produção de matéria-prima para o biodiesel.

Segundo Vedana, para mudar esse quadro é preciso, primeiramente, definir as culturas que a agricultura familiar possa trabalhar. “Há necessidade de pesquisar e chegar a um consenso para saber qual a melhor alternativa para cada região, e isso é complicado. São muitas as opções e algumas precisam ser estudadas”, avalia.

Ele também considera que é preciso atualizar o programa de biocombustíveis desenvolvido pelo governo e estender, por exemplo, os benefícios do Selo Combustível Social para usinas que utilizem óleo de cozinha usado. “Não temos pobres só no campo. Nós temos o pessoal da reciclagem das grandes cidades que também precisam de incentivo”, afirma.

O consultor argumenta também que a produção de oleaginosas pela agricultura familiar não é suficiente para atender às exigências do governo para a concessão do Selo Combustível Social.

“É difícil organizar milhares de produtores para que produzam determinado produto, não é tão simples assim. Falar é fácil, agora, ir lá no campo, convencer os pequenos produtores, dar condições para que eles produzam determinado produto para a empresa poder ter benefício é complicado”, diz.

Atualmente, para obter o selo, as indústrias devem comprar um mínimo de 10% de matéria-prima de agricultores familiares nas regiões Centro-Oeste e Norte, 30% no Sul e Sudeste e 50% no Nordeste.

Vedana defende que o incentivo seja dado para que a agricultura familiar participe da produção de biodiesel, mas por meio do plantio de culturas perenes, que tenham alta produção de óleo por hectare e que exijam alto emprego de mão-de-obra.

Segundo Vedana, a atual produção de biodiesel depende aproximadamente de 80% do óleo de soja, 15% de gordura animal e o restante de outros óleos vegetais. “O preço da soja é ditado pelo mercado internacional, e hoje está muito caro. Como se vai fazer biodiesel para ser competitivo com o diesel de petróleo, se a matéria prima já está mais cara que o diesel”, questiona.

Para ele, o governo precisa criar políticas agrícolas voltadas à produção de outros óleos que não tenham fins alimentares, que sejam específicos para o biodiesel. Vedana lembra que o Brasil tem terras e condições para isso. Há também um período de entressafra no qual 70% da área agrícola não é utilizada.

“Temos uma gama de culturas com tecnologias, com conhecimentos já dominados, faltando apenas incentivo para que o produtor plante, ou a garantia de compra da produção. É isso que está faltando para o biodiesel realmente deslanchar”, conclui Vedana.

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 30 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Viveiro Municipal de Porto Velho amplia doações e distribuição de mudas em 2025

Viveiro Municipal de Porto Velho amplia doações e distribuição de mudas em 2025

A Prefeitura de Porto Velho, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema) e do Departamento de Proteção e Co

Presidente da FIERO participa da estreia do programa “Fala Indústria” promovido pela CNI

Presidente da FIERO participa da estreia do programa “Fala Indústria” promovido pela CNI

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO), Marcelo Thomé, participou nesta terça-feira, 15, da estreia do programa Fala

Rio Madeira está a mais de 1,5 metro da sua normalidade para o ano

Rio Madeira está a mais de 1,5 metro da sua normalidade para o ano

Neste sábado (12), o rio Madeira registrou a cota de 16,76 metros, se mantendo estável nas últimas 24 horas. De acordo com o Boletim de Monitorament

Abril Verde 2025: MPT-RO/AC abrirá campanha com mostra visual sobre mudanças climáticas e riscos no trabalho

Abril Verde 2025: MPT-RO/AC abrirá campanha com mostra visual sobre mudanças climáticas e riscos no trabalho

O Ministério Público do Trabalho em Rondônia e Acre (MPT-RO/AC) abrirá oficialmente a campanha “Abril Verde 2025” com a inauguração da mostra visual

Gente de Opinião Quarta-feira, 30 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)