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Meio Ambiente

ACRE: R$ 550 mil para pesquisa contaminação por mercúrio


Amanda Mota
Agência Brasil

Manaus - A partir de 2008, as investigações sobre os casos de contaminação humana e animal por mercúrio no Acre vão receber um apoio financeiro e logístico que promete desvendar a origem do problema que há pelo menos nove anos preocupa a população e profissionais de saúde em todo estado.

A informação é do diretor operacional do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Wougran Galvão, que hoje (12) anunciou hoje a liberação de R$ 550 mil para o Projeto de Avaliação da Saúde Humana e Ambiente.

Além do aporte financeiro, Galvão anunciou também a inclusão de técnicos e equipamentos a serem envolvidos no projeto, previsto para ocorrer em dois anos, a contar deste mês.

"Junto com o Instituto Evandro Chagas e com órgãos estaduais, faremos uma investigação profunda, buscando descobrir a fonte do mercúrio, seus impactos no meio ambiente e na população. Vamos capacitar técnicos do instituto em Geotecnologia, usando a infra-estrutura do Censipam, desde aviões até o apoio financeiro a todas as atividades associadas".

A diretora do Instituto Evandro Chagas, Elisabeth Santos, disse que a instituição tomou conhecimento do problema da contaminação em 1997, quando foi solicitada para investigar a situação.

"Na época, fizemos a recomendação de que o projeto deveria continuar em outras linhas, mas não houve possibilidade de fazê-lo. Agora, vamos pesquisar o meio ambiente para saber qual é a fonte que libera mercúrio para o Acre e qual é a rota, além do pescado, que também apresenta níveis altos de mercúrio".

As ações a serem implementadas pelo Instituto Evandro Chagas, órgão vinculado à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, pelo Censipam e pelo governo do Acre são fruto de um acordo de cooperação entre essas entidades, feito a partir de uma solicitação da deputada Perpétua Almeida (PCdoB).

De acordo com Santos, a Amazônia concentra teores de mercúrio maiores que os níveis recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o que coloca as condições naturais do meio ambiente amazônico como uma das causas do problema enfrentado.

"Sabemos que a região possui teores de mercúrio maiores que outras regiões do mundo. Ainda assim, é preciso pesquisar e provar de onde vem, de fato, essa substância. Nossos projetos vão começar pelas populações ribeirinhas, que precisam de maior apoio e infra-estrutura".

Por causa das chuvas que começam agora e só terminam em março, a coleta de materiais para análise começará em abril. Até lá, os envolvidos no projeto vão participar de reuniões com as instituições locais que também devem serão incluídas nas ações.

"Seria muito mais difícil fazer o trabalho no período de chuvas. Enquanto isso, podemos receber materiais e fazer atendimentos no próprio Evandro Chagas".

O diretor operacional do Censipam lembra que o trabalho começa em janeiro. "Temos uma série de reuniões com os órgãos envolvidos para preparar o ambiente para coleta. Isso envolve secretarias municipais e estaduais para criar, no campo, as condições necessárias para coleta das amostras de água, sedimentos, solo, sangue, cabelo, etc".

A contaminação por mercúrio pode acontecer em níveis diferentes e causar ao ser humano efeitos neurodegenerativos com o comprometimento motor, auditivo e visual, ou ainda problemas pulmonares e renais, podendo levar à morte.  

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