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Hidrelétricas do Madeira

Tarifa de Angra 3 pode custar mais que o dobro da energia gerada no rio Madeira



As últimas simulações feitas pelo governo demonstram que a tarifa da usina nuclear Angra 3 poderão chegar a R$ 115,49 por megawatt-hora (MWh) caso a Eletronuclear diminua para 8% ao ano a taxa de retorno do investimento, seja beneficiada com isenções fiscais e não considere os gastos realizados na década de 1980.

Já numa perspectiva pessimista, o valor da energia produzida pelo novo reator alcançaria R$ 168,24 por MWh se a taxa de retorno subir para 10% ao ano, não houver incentivos tributários e for levado em conta na tarifa tudo o que já foi desembolsado em Angra 3 - não apenas os materiais e serviços contratados no passado, mas também despesas financeiras referentes à manutenção dos equipamentos e ao seguro das instalações da usina.

Nessa hipótese, a mais pessimista dos 12 cenários preparados pela Eletrobrás e aos quais o Valor teve acesso, a tarifa do futuro reator custaria mais que o dobro de cada uma das hidrelétricas do rio Madeira e ficaria cerca de 25% acima - em valor corrigido pelo IPCA - da energia térmica negociada no último leilão A-5, com início da entrega após cinco anos, em outubro de 2007.

Foram considerados dois cenários diferentes para a rentabilidade do projeto, de 8% e de 10% ao ano.

A Eletrobrás também estudou seis "iniciativas" para a redução da tarifa: aumento de 14 para 18 anos do prazo de amortização da dívida a ser contraída no BNDES, o uso de recursos da Reserva Geral de Reversão (RGR) no financiamento, a previsão do mecanismo de depreciação acelerada dos equipamentos (com menos Imposto de Renda a pagar), a adoção de Pasep/Cofins cumulativo, a isenção do imposto de importação e isenções fiscais pelo mecanismo do Reidi.

As simulações compararam ainda o valor da tarifa caso sejam contabilizados os investimentos passados em Angra 3, que somaram R$ 1,55 bilhão, segundo a Eletrobrás.

Há três bases de comparação: a incorporação de nenhum, de todos e de 39% dos custos acumulados.

Esse percentual intermediário leva em conta somente os gastos diretos no empreendimento, com máquinas e serviços, mas sem incorporar na tarifa as despesas que a Eletronuclear vem tendo com a preservação de tudo isso.

Estima-se em cerca de US$ 20 milhões o gasto anual da empresa com manutenção.

As obras de Angra 3 começaram em 1984, mas foram congeladas dois anos mais tarde.

Foram realizados nesse período cortes de rocha, aberturas de cavas para blocos de fundação, preparação parcial do sítio e executadas instalações do canteiro.

Será política a decisão de escolher cada um dos cenários projetados pela Eletrobrás.

A escolha poderá elevar ou derrubar a rentabilidade de sua subsidiária Eletronuclear e dela dependerá o valor da tarifa.

Na premissa de que os custos acumulados serão assumidos pela estatal, sem repasse à tarifa, o preço do MWh varia de R$ 115,49 a R$ 130,80.

Se forem repassados 39% dos custos totais até agora, o valor da energia ficará entre R$ 126,72 e R$ 144,30 por MWh.

Na hipótese de transferir 100% dos custos aos consumidores, as simulações indicam que a tarifa se situará entre R$ 147,27 e R$ 168,24 por MWh.

Os valores projetados podem mudar, dependendo da renegociação de contratos da Eletronuclear com fornecedores e com a Andrade Gutierrez, que fará as obras civis.

(Fonte: Valor Econômico/Daniel Rittner, de Brasília)

 

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