Quarta-feira, 24 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Hidrelétricas do Madeira

Nota de repúdio à concessão da licença prévia para a construção do Complexo Madeira


O que está por trás do Complexo Madeira
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) vem a público repudiar a decisão do Ibama de, mesmo em greve, emitir a licença prévia para a construção das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira.  Trata-se de um empreendimento que não é de interesse do povo brasileiro e muito menos da população atingida pelos lagos.  É um projeto pensado para satisfazer interesses de grandes bancos e grandes empresas, chamadas multinacionais, que querem principalmente a nossa energia, o nosso rio e a nossa Amazônia.  Abaixo, cinco pontos que mostram a quem serve o Complexo Madeira:
1.  Com a desculpa de que deve faltar energia para o Brasil de desenvolver nos próximos anos, o governo colocou as obras do Madeira como prioritárias e pressionou para que a licença fosse concedida pelo Ibama.  No entanto, nós sabemos que estas obras são para resolver o problema de energia das grandes empresas estrangeiras e não para o desenvolvimento do povo e do país.
2.  Como a tarifa de energia do Brasil é uma das mais caras do mundo - justamente porque a geração de energia está nas mãos de empresas multinacionais que só visam o lucro - os donos do complexo madeira ganharão muito dinheiro com a venda da energia.  Segundo cálculos do MAB, assim que começar a gerar energia, as empresas ganharão cerca de R$ 500 mil por hora.
3.  Quem vai pagar a construção destas barragens e as demais obras
planejadas no chamado Complexo do Madeira (que ao todo vão custar R$ 43 bilhões) é o povo brasileiro, através do BNDES, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo e através das altas tarifas de energia que chegam na conta de luz todo mês.  Porto Velho possui uma população de 380.971 pessoas residentes (estimativa de 2006).  Se o total do investimento nas obras (R$ 43 bilhões) fosse destinado à população, daria R$ 113.000,00(Cento e treze mil) para cada habitante de Porto Velho.
4.  O projeto Madeira prevê também a construção de Eclusas e Hidrovias.  O verdadeiro interesse nessas obras é permitir a navegação de grandes barcos, principalmente os barcos cargueiros.  Assim, poderão tirar os recursos naturais da Amazônia, levar soja, e demais mercadorias para outros países.  O nosso Rio Madeira terá suas águas privatizadas, ou seja, vendidas para as multinacionais explorarem nossas águas para benefício próprio, para geração de lucro e não para o bem-estar do povo.
5.  Além de inundar uma grande área da Amazônia e matar a biodiversidade do local, as obras do Complexo irão afetar 5 mil famílias que moram na beira do rio ou tiram seu sustento da área que será atingida pela obra.  O Complexo vai gerar poucos empregos e muita exclusão social.
Como esse projeto não interessa o povo brasileiro e nem a população atingida, a única forma de impedi-lo é através da organização e da luta do povo.  A população das bacias do São Francisco, recentemente, deram um exemplo de resistência contra essas obras que só servem para o lucro de poucos.
Água e energia não são mercadorias!
Nosso rio, nossa terra não se vende,
Nosso rio, nossa terra se defende!
Fonte: MAB - Movimento dos Atingidos por Barragens

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 24 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Iniciadas as obras de proteção das margens do rio na região da Madeira-Mamoré

Iniciadas as obras de proteção das margens do rio na região da Madeira-Mamoré

A população de Porto Velho pode comemorar o início das obras que fazem parte do importante projeto de revitalização do complexo da Estrada de Ferro

Hidrelétrica Santo Antônio completa quatro anos de geração

Hidrelétrica Santo Antônio completa quatro anos de geração

Porto Velho, março de 2016.Dia 30 de março marca os quatro anos desde o início de geração da Hidrelétrica Santo Antônio, localizada no rio Madeira, em

Estudantes de engenharia elétrica do acre visitam Jirau

O canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Jirau foi cenário de estudo dos estudantes do primeiro período do curso de Engenharia Elétrica da Universida

Governo faz mega desapropriação em Belo Monte

BRASÍLIA – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) formalizou na última terça-feira (3) a última desapropriação de terras para a construção da

Gente de Opinião Quarta-feira, 24 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)