Domingo, 5 de maio de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Hidrelétricas do Madeira

Cassol visita canteiro de obras de Jirau e confirma denúncia



Cassol visita canteiro de obras de Jirau e confirma denúncia: madeira vem de Minas Gerais e mão de obra do Mato Grosso

O governador Ivo Cassol foi informado de que a madeira que está sendo utilizada para construir a vila dos trabalhadores da usina de Jirau, no distrito de Jaci-Paraná, às margens da BR-364 a cerca de 120 quilômetros da capital em direção ao Acre, veio do estado de Minas Gerais, quando poderia perfeitamente ter sido adquirida das madeireiras de Rondônia, gerando empregos e impostos no estado, além de utilizar mão de obra oriunda de outros estados, ao invés de treinar trabalhadores daqui.

Indignado, Cassol decidiu visitar na tarde desta segunda-feira (2), acompanhado dos secretários de Desenvolvimento Ambiental, Cletho Muniz de Brito, e do Planejamento, João Carlos Ribeiro, sem aviso prévio, os canteiros das obras da usina, onde confirmou o que lhe foi relatado: 17 carretas de caibros, vigas e compensados vindas de Minas Gerais foram descarregadas nos pátios, e dezenas de trabalhadores braçais são do vizinho estado do Mato Grosso, principalmente do município de Sorriso, sede da B.S. Construtora, uma das empresas contratadas pelo consórcio que administra a construção da usina de Jirau que está construindo a vila dos operários e os barracões de máquinas.

Interpelado pelo governador, o coordenador de planejamento da B.S., Arcézio Lara, confirmou que a maioria dos funcionários são mesmo oriundos do Mato Grosso, foram trazidos por que já conhecem os métodos de construção dos barracões metálicos e tal prática facilita e agiliza a obra. Segundo ele, o atraso do início das obras, em virtude da falta de licenciamento por parte do IBAMA, além do período das chuvas, obrigou a empresa a trazer funcionários treinados da matriz, pois ensinar novos empregados na obra despenderia muito tempo.

O governador cobrou dos responsáveis pela obra que eles deveriam ter se antecipado e treinado mão de obra local, que seria mais barato e geraria empregos na região, uma das mais carentes do estado. "Pode até ser legal, mas não é justo com nossa gente. Nós temos milhares de pessoas que precisam trabalhar e tem capacidade para fazer o serviço, mas a empresa preferiu trazer mão de obra de fora. Isso precisa mudar urgentemente", disse Cassol aos engenheiros.


Madeira de Minas Gerais na usina de Jirau


Mas o momento maior de indignação do governador ocorreu quando confirmou que a madeira que está sendo usada para erguer os escritórios e barracões do canteiro de obras não é de Rondônia, e sim comprada e trazida do estado de Minas Gerais. "Isso é inadmissível, vocês estão comprando uma madeira de baixa qualidade, pagando um absurdo de frete e o pior, deixando de gerar empregos e impostos no nosso estado", disse aos engenheiros da Camargo Correia, já no canteiro de obras da usina, às margens do rio Madeira.

Luís Antonio Castro, gerente da obra, e Fúvio Giada, gerente da empresa, confirmaram que foi trazido de Minas Gerais um lote de madeiras aparelhadas, que não são fabricadas em Rondônia, para a construção dos escritórios e alojamentos. "Tínhamos urgência para levantar estes blocos, e nenhuma empresa de Rondônia fabrica este tipo de kit, que é bem mais rápido para construir, por isso optamos por trazer de Minas, e aproveitamos para comprar um lote fechado, com as portas, batentes, ripas e caibros", explicaram.

O governador lembrou aos engenheiros que ele próprio já foi madeireiro, mecânico e que, além de governador, é empresário construtor de usinas hidroelétricas, por isso sabe o que está falando. Disse ainda que Rondônia é um dos principais produtores de madeira do país, e as madeireiras locais tem capacidade de produzir qualquer tipo de madeira usada em construção, gerando empregos e impostos. "Além de comprar de outro estado ainda usaram madeira de baixa qualidade, nossas madeireiras produzem artigos muito superiores a isto que vocês compraram, e com certeza por preços e condições bem melhores", disparou.

Com o comprometimento dos responsáveis pela construção da usina e da vila dos operários de que será dada preferência para os produtos e mão de obra locais, Cassol encerrou a visita convidando os engenheiros e diretores das empresas a conhecerem o canteiro de obras do Centro Político Administrativo – C.P.A., que está sendo erguido na capital, e utiliza toda a madeira e mão de obra local, com exceção do ferro e do cimento. "Nós estamos dando o exemplo, valorizando os produtos e a mão de obra do estado e gerando riqueza para quem trabalha aqui. Isso é o mínimo que esperamos das empresas que vem de fora para crescer com Rondônia, e disso eu não abro mão", finalizou.

Fonte: Decom

Gente de OpiniãoDomingo, 5 de maio de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Iniciadas as obras de proteção das margens do rio na região da Madeira-Mamoré

Iniciadas as obras de proteção das margens do rio na região da Madeira-Mamoré

A população de Porto Velho pode comemorar o início das obras que fazem parte do importante projeto de revitalização do complexo da Estrada de Ferro

Hidrelétrica Santo Antônio completa quatro anos de geração

Hidrelétrica Santo Antônio completa quatro anos de geração

Porto Velho, março de 2016.Dia 30 de março marca os quatro anos desde o início de geração da Hidrelétrica Santo Antônio, localizada no rio Madeira, em

Estudantes de engenharia elétrica do acre visitam Jirau

O canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Jirau foi cenário de estudo dos estudantes do primeiro período do curso de Engenharia Elétrica da Universida

Governo faz mega desapropriação em Belo Monte

BRASÍLIA – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) formalizou na última terça-feira (3) a última desapropriação de terras para a construção da

Gente de Opinião Domingo, 5 de maio de 2024 | Porto Velho (RO)