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Hidrelétricas do Madeira

Artigo: A CONSTRUÇÃO DAS USINAS



Moreira Mendes*
 
Recentemente, em pronunciamento na tribuna da Câmara, expus ao conhecimento de todo o País um fato novo e no mínimo estranho que está acontecendo em Rondônia: a articulação política para que empresas do Acre passem a integrar o pool de empresas que irão ajudar na construção das usinas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira.

A mobilização política de figuras conhecidas como o ex-governador Jorge Viana e o suplente de senador Sibá Machado para beneficiar empresas acreanas seria legítima, não fosse o fato de esta atitude atentar frontalmente contra os interesses dos empresários, das empresas e dos trabalhadores rondonienses. Entendo a preocupação demonstrada por esses dois homens públicos, que querem minimizar os efeitos da crise econômica ocupando vagas de trabalho nas obras da usinas. Mas não é justo nem aceitável se cobrir um santo desnudando o outro.

Os empregos oferecidos no decorrer da construção das usinas devem ser preenchidos, prioritariamente, por trabalhadores do nosso estado. Como também devem ser adquiridos, no comércio local, os produtos necessários para a execução das obras.

Todos sabem que sempre fui um defensor ferrenho das usinas do Madeira. E com a mesma veemência e determinação vou defender a participação justa e preferencial da mão-de-obra local e das empresas de Rondônia na sua construção. Jorge Viana e Sibá Machado, por serem do PT, dispõem de grande poder de articulação e muita força política para interferir em algumas decisões. E tem todo o direito de defender suas posições. Mas não aqui! Não permitiremos que o povo rondoniense – que tanto lutou por essas usinas – seja prejudicado dentro de seu próprio território, quando o estado dispõe de empresas qualificadas e de trabalhadores aptos ao preenchimento das funções.

Em momentos de crise, a realização de grandes obras serve para atenuar tensões sociais causadas pela ameaça de desemprego, e também para minimizar a insegurança que advém da falta de definição nos rumos da economia. Por isso as hidrelétricas são tão importantes para o estado de Rondônia. Mas, mais do que isso, o que deve ser levado em conta é o enorme impulso social e econômico que as obras de Santo Antonio e Jirau darão à nossa região. É um benefício do qual não podemos abrir mão. É um direito nosso, líquido e certo.

No entanto, se por um lado as usinas propiciarão à região - inclusive ao vizinho estado do Acre - um inegável progresso, por outro sobrará para Rondônia a ressaca do fim da obra, com o inchaço de Porto Velho e seu entorno, o desemprego e os problemas deles decorrentes.

Portanto, precisamos estar alertas e preparados para defender nossos interesses. A todos nós - sociedade civil organizada, entidades de classe, governos Estadual e Municipal e classe política - cabe essa responsabilidade. Os rondonienses - trabalhadores e empresários - estão preparados e esperam ser convocados para a tarefa de construir as tão sonhadas usinas do Madeira. Mas não podemos ser excluídos nem relegados a segundo plano. Queremos, sim, ser parceiros e sócios na dignificante tarefa de escrever essa nova página da história do estado de Rondônia e do Brasil.


*deputado federal (PPS-RO)
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