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Francisco Aroldo

Sobre o tempo das coisas na linha humana e na linha de Deus


Sobre o tempo das coisas na linha humana e na linha de Deus - Gente de Opinião

Hoje é dia 30 de abril no nosso calendário neste planeta Terra que curiosamente tem muito mais de ¾ da sua superfície envolto em águas salgadas que os solos filtram para o deleite das águas doces que dão sustentação aos humanos em milhares e milhares de cidades nos cinco continentes, desde de tempos imemoriais; mas para não alongarmos muito vamos até dois mil anos atrás para dar um negrito numa época e num lugar desse planeta.

A época histórica que eu quero destacar aqui neste artigo de final de mês diz respeito aos primeiros trezentos anos da chamada era cristã, contados os anos nesse calendário gregoriano desde o nascimento de Cristo – Jesus de Nazaré.

E o lugar (geográfico) é o centro do mundo civilizado – a nossa icônica Europa com suas hoje 29 nações independentes e ricas desde sempre.

Pois bem o contexto é religioso, mas com repercussão politica e material, ao menos no ponto de vista que quero explorar, mas não defender ou qualquer outra coisa, trata-se apenas de um registro e uma constatação lógica.

Jesus de Nazaré, o filho de Deus, ou o filho do Homem, como ele mesmo dizia e repercutia em suas falas pela Galileia e Jerusalém em seus quatro anos de pregação e viagens naquelas paragens, anunciou que em três dias tudo seria novo, e que muita coisa mudaria, mas não do jeito que os partidos romanos ou judeus imaginavam – estes desejando um messias guerreiro e aqueles desejando a Roma eterna do jeito que eles entendiam que a gestão das cidades do Império deveria ser.

O tempo dos homens é curto e escasso, perdido em devaneios de orgulho, poder, vaidades, desejos materiais e obscuros o mais das vezes – regados por egoísmo e força e sangue (guerras e disputas).

O tempo de Deus, de Sofia, da sabedoria e da esperança e da justiça é lento, belo, demorado, mas claro e firme como as forças da natureza.

Cristo foi imolado pela cegueira dos seus contemporâneos, crucificado, “deletado” ao menos na cabeça dos seus algozes e malfeitores; mas sua vida, memoria, amor, visão e sua clareza em tratar com o essencial e com as emoções humanas daqueles que o viam e ouviam naquele tempo, fez ressoar o mais forte no intimo de todos os que creram (e creem no seu evangelho).

Pessoas de todas as cores e pensamentos e todos os tipos de vida – romanos, judeus, sarracenos, déspotas, militares, gregos, gentios e mercadores do mundo todo passaram depois de sua morte e assunção aos céus a ouvir o ressoar daquelas mensagens de vida eterna, de amor, carinho e proteção um pelo outro – destoando da mensagem do Império e de seus associados como eram os judeus ricos e os militares romanos, seus governadores, pretores, embaixadores e senadores.

A magia da singularidade do amor, da proteção, da caridade, do eterno ser criador (DEUS) realmente foi florescendo no coração e na mente de milhares e depois de milhões; ora tivemos durante mais de trinta anos Pedro e Paulo como colunas vivas e centenas de contemporâneos e discípulos que viveram e conviveram com o mestre de Nazaré por três, quatro ou cinco (?) anos.

Realmente foi “demorado” até a Igreja ser formada e organizada, muitas mortes, muitas viagens, muitos encontros e concílios entre os novos doutores da nova igreja agora não mais “o Caminho”, mas já em três séculos – a Igreja de Cristo e os seus seguidores já se chamavam e eram conhecidos e declarados: CRISTÃOS.

Havia no terceiro século dessa “nova era Cristã” um Imperador, alias dois imperadores para os negócios terrenos da Europa (centro do mundo civilizado) e Constantino tinha sua esposa e sua mãe como cristãs convertidas mas ele ainda não , visto que o mundo politico e material ocupava seu tempo e sua vida talvez em 100 por cento, mas como o Cristo (ser extraordinário) havia profetizado, chegou o tempo em que as sementes semeadas já eram arvores frondosas e seus frutos realmente já davam 1000 por um.

No tempo humano e no tempo de Deus aconteceu o primeiro Concílio de Nicéia, convocado pelo imperador Constantino I no ano de 325 depois de Cristo, olhem bem, um dia pode ser 100 anos, sim ou não (?) quando a Igreja definiu ou estabeleceu a primeira regra de fé geral para os cristãos, que ainda hoje é um documento importante para a Igreja pois os bispos ali reunidos estabeleceram pela primeira vez uma regra de fé geral que ainda hoje - mil e setecentos anos depois - é idealmente aquela de todos os cristãos. No entanto, a intenção de chegar a uma data comum para a celebração da festa mais importante, a Páscoa, não se concretizou e teve o efeito de distanciar ainda mais o cristianismo de sua raiz “sagrada” fundamental para o judaísmo.

Essa longa história remonta precisamente aos fundamentos constituídos pelas Escrituras hebraicas e, por meio de suas traduções para o grego, ao encontro com o pensamento helenístico: Jerusalém e Atenas, se quisermos sintetizar em um título. O grego é a língua comum que Jesus e alguns de seus discípulos mastigam um pouco, que é usada para reler os livros sagrados hebraicos traduzidos, interpretá-los como anunciação de Cristo e escrever todos os livros que hoje compõem o Novo Testamento.

O fato é que a partir daquele momento, daquele Concilio tudo se fez novo e o Império Romano decretou ali o seu fim como instituto humano de poder e também ali naquele momento a religião do judaísmo também caiu.

Assim como sutilmente previu o Galileo, um ser extraordinário vivendo muito fora do seu tempo, ou talvez no tempo certo pela Graça de Deus, Roma mudou na seara política (dominando pelo medo e pela força) e religiosa (judeus coniventes e sobrevivendo entre os despojos de guerra sobre seus irmãos) – apenas os humildes, os simples de coração e os crentes verdadeiros creram e certamente que trabalharam muito para a mudança que ocorreu.

Dia desses, para ilustrar e corroborar essa fala e esse pensamento (talvez essas afirmações) ocorreu que em dia da posse do papa Bento XVI, no alto da Basilica de São Pedro, em 2.005, o Cardeal Francis George, dos EUA, fitava algo à sua frente, bastante concentrado, era o dia 19 de abril de 2.005, enquanto o novo Papa era apresentado ao mudo o padre americano estava noutro mundo, olhava fixamente para o Circo Máximo, do Monte Palatino, onde os imperadores romanos até 1.600 anos atrás residiam e reinavam, e de onde assistiram às perseguições dos cristãos.

A afirmação do padre (Cardeal Francis) para repórteres curiosos que o questionaram foi: “Onde estão aqueles imperadores e doutores da lei de antigamente, onde estão seus sucessores? Onde está o sucessor de César Augusto? Onde está o sucessor de Marco Aurélio? Onde está o sucessor de Anás, Caifás, Nicodemus? E, finalmente, quem é importante? Quem venceu a batalha e quem transformou toda a vida na Europa? Quem viveu e sobreviveu a tantas mudanças depois do Cristo de Deus? Eles não estão mais aqui e nem seus modelos de governança e formalidades com eram os preceitos dos saduceus e fariseus, não comandam mais nada, estamos aqui nós, os cristãos e o sucessor de Pedro, ele está bem aqui do meu lado, e por ele, e por nós, Cristo reina para sempre.”

Isso aconteceu há exatamente 20 anos atras. E a gente demora um pouco para saber, um pouco para ver e crer e mais ainda para aceitar.

Portanto, amados crentes e não crentes: quem tiver ouvidos que ouça; quem tiver entendimento que entenda.

Graça e Paz da parte do Senhor.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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