Leandro Lehart realiza Mestiço em Porto Velho

Sete grupos de pagode de Porto Velho e um de Ji-Paraná estão inscritos

Sílvio Santos

O Festival que está agitando o Samba do Brasil chega a Rondônia na próxima sexta-feira, dia 18, com show na antiga Cia do Forró que fica a avenida Jorge Teixeira em Porto Velho.

Promovido por Leandro Lehart, o Festival Mestiço irá escolher um artista ou grupo cantando uma música inédita falando do Mestiço, o novo ritmo do Samba, criado por Lehart em seu novo CD, "Vem Dançar o Mestiço".

O Festival está percorrendo 20 capitais do Brasil. A edição Belém aconteceu dia 10 de fevereiro, Manaus dia 05 de abril, Vitória dia 30 de abril e Macapá dia 05 de maio. As próximas serão em Rio Branco dia 19 de maio, Cuiabá dia 08 de junho, Brasília dia 09 de junho, Porto Alegre dia 10 de junho e Fortaleza dia 21 de julho.

O vencedor de cada capital e sua música inédita participarão do CD produzido pelo próprio Lehart. Um documentário está sendo filmado sobre todos esses Sambas do Brasil e seus personagens. Os protagonistas mais antigos até os recentes. E o Mestiço é a mais emergente dessas manifestações.

Mestiço vem do latim, misticiu, de mixtu, misturado. Chamam-se mestiços aos descendentes de pessoas de etnias diferentes. Nada mais brasileiro. Conhecemos bem o sabor de uma boa mistura na culinária, nas artes, no dia-a-dia, na música.

O Brasil é mestiço. Em cada canto, rostos diferentes, linguagens próprias, mas todos brasileiros. Assim também o Samba, em cada canto, tem seu sotaque próprio.

Viajando pelo Brasil em carreira solo ou com o grupo Art Popular, o cantor, compositor, produtor e arranjador Leandro Lehart conheceu os Sambas do Brasil. Desse contato surgiu o Mestiço, mistura de vários Sambas com suas regionalidades. Como o maracatu nordestino, o partido alto carioca, o congo das Minas gerais, o Samba duro de Santo Amaro da purificação, o pagode das periferias de São Paulo, a influência rítmica das Escolas de Samba, as diferentes "marcações" das baterias dessas escolas, a africanidade espalhada e inserida com os outros povos numa Terra cuidada pelos Índios.

Os instrumentos peculiares dessas nações rítmicas unidas numa roda de Samba, isto é do Mestiço a partir de agora.

Mas não vale ouvir o Mestiço sem mexer as "cadeiras"

Lehart tocou todos os instrumentos deste disco, como se fosse personagem de todas essas manifestações culturais, misturou instrumentos como o tambor do maracatu, (divulgado por Chico Science e Nação Zumbi), o pandeiro de partideiro de Mestre Aniceto do Império, a Timba do MPB4 (grupo vocal) o repenique de couro do Mestre André da escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, o tan-tan das rodas de Samba do Bloco Cacique de Ramos, do grupo Fundo de Quintal, e não pára por aí.

É finito quando se vê, mas inexplicável quando você ouve.

"Vem dançar o Mestiço" é o primeiro disco de batucadas "a lá" Leandro Lehart. O quarto de sua carreira solo, sem contar os mais de dez discos como integrante e líder de um dos maiores grupos do novo pagode, o Art Popular.