Santo Antonio e seus milagres

Santo Antonio e seus milagres I

O senhor “X”, pescador e morador, por destino e falta de opção, de Teotônio, na beira da Cachoeira de Teotônio, onde se constrói a Usina Santo Antonio, fez o pé de meia ao receber mais de R$ 100 mil da Santo Antonio Energia. Dinheiro que ele jamais veria com a venda do peixe que lhe rendia, num mês excepcional, um salário mínimo. Para juntar R$100 mil, todo mês teria que ser bom, não poderia adoecer e não gastar nem “dôrreal”, por 150 anos e 3 meses. Para conseguir o milagre, o senhor “X” só teve que deixar a velha casa de madeira caindo aos pedaços, sem esgoto, banheiro, cozinha, móveis, e concordar em ter uma vida com mais qualidade. Cheio da bufunfa, o senhor “X” vai se dedicar a um esporte que conhece bem. Pescar pelo resto da vida. Milagre de Santo Antonio!  
 

Santo Antonio e seus milagres II

Achando que Santo Antonio se mudou do céu para fazer milagre na terra, Dona “R”, vizinha do seo “X”, cresceu o olho. Dona “R” tem um bolicho que atende o pessoal da pobre vila. “Se o bom santo já deu R$ 100 mil ao “X”, vai me dar muito mais”, pensou sem fazer as contas. Dona “R” não fala mas, faria num mês excepcional, R$ 2 mil e olhe lá. Sem saber fazer “regra de três simples”, pediu ajuda a um advogado, bom de papo e ruim de conta, que tascou: R$ 20 milhões. O santo refugou.  Pela conta do jurisconsulto homem, para juntar essa grana, Dona “R” teria que reencarnar muitas vezes e em todas trabalhar duro faturando R$2 mil por mês sem tirar nem “dôrreal” do caixa. Com a regra de três, com base no valor pago ao senhor “X”, a grana seria R$ 370.370. Por 20 milhões, o bolicho teria que ser feito com o ouro do Curicão. Como ele não deixou um mapa georreferenciado, nem com 20 milhões de velas acesas aos seus pés, Santo Antonio vai operar o milagre pedido.