Protesto em Belém contra Belo Monte

Cerca de 60 manifestantes protestaram na última sexta-feira contra a construção do Aproveitamento Hidroelétrico (AHE) de Belo Monte. O grupo, formado por pesquisadores, lideranças indígenas e representações de movimentos sociais da região do rio Xingu percorreram os cerca de 3 km entre a Universidade Federal do Pará (UFPA) e o prédio da Eletronorte para entregar uma carta contrária ao projeto. Os manifestantes entraram no prédio e ocuparam a sala de reuniões onde permaneceram por quase duas horas reunidos com o representante da Eletronorte para novamente alertar sobre os impactos que a obra causará na bacia do Xingú.

Se concretizado, Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo, causando impactos ambientais em uma área que pode chegar a nove milhões de hectares. A construção da AHE de Belo Monte trará impactos sociais significativos por atrair mais de 100 mil pessoas para a região, provocando aumento do desmatamento na bacia do rio Xingu, e deslocar de maneira forçada pelo menos 20 mil famílias. A alteração do ciclo hidrológico no Xingu afetará os estoques pesqueiros o que preocupa as populações do Parque Indígena do Xingu (PI do Xingu) que têm neste recurso sua principal fonte de alimento.

A manifestação de hoje marca mais um episódio da histórica resistência dos povos do Xingu contra o projeto, apontado como a principal obra do PAC que vem sendo duramente criticado por personalidades brasileiras e estrangeiras. Este ano, duas destas personalidades, Frei Henry Dês Rozies da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Xinguara e Antônia Melo, coordenadora do movimento VIVA XINGU, foram escolhidos para receber o Prêmio ‘José Carlos Castro de Direitos Humanos’ da OAB do estado do PA em reconhecimento ao trabalho em defesa dos Direitos Humanos no Estado 

GREENPEACE/Marizilda Cruppe/EVE