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DEPUTADOS NÃO DEVEM APROVAR AUMENTO DO LAGO, DIZ FOLLADOR


 
O deputado Adelino Follador (DEM) disse nesta sexta-feira (12) que mantêm toda esperança em seus colegas deputados em não aprovar o projeto do Executivo que prevê o aumento do lago da Usina de Santo Antonio e, consequentemente, promover o maior desastre ambiental do País, com danos, crimes e com a degradação total do meio ambiente e da vida humana na região.

Relator do projeto na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia, o deputado disse que desde a entrada da mensagem do Governo na Assembleia, determinou o sobrestamento do processo, à espera de que o Governo do Estado e o Consórcio Santo Antonio apresentassem justificativas para uma série de demandas pendentes em relação às milhares de famílias desabrigadas desde o início da obra da usina, e que até o momento não foram indenizadas ou assistidas.

Contrário à elevação do reservatório da usina pelo risco que representa para o povo, para o Estado de Rondônia e, numa dimensão maior, para a humanidade, eis que os danos podem afetar a sobrevivência de muitos ao redor do mundo, considerando a extinção da biodiversidade e de todos os recursos naturais da região, Adelino Follador vem se reunindo com a população de Jaci – Paraná, uma das mais afetadas por este projeto do Consórcio em parceria com o Governo do Estado, pedindo a todos que se mantenham vigilantes e mobilizados para enfrentar a situação e protestar contra o descaso do Governo de Rondônia, “que não está pensando no Estado e muito menos em sua população”.

Ele explicou que a ideia do Governo e do Consórcio é elevar ainda mais a altura da parede da usina em 80 centímetros, o que fatalmente fará desaparecer toda a cidade de Jaci-Paraná e grande parte da Capital. Segundo ele, se for aprovado nos termos que o Executivo apresentou, este projeto pode representar uma sentença de morte para vida ambiental de toda a região e um retrocesso na política preservacionista de Rondônia e do Brasil. “Será uma sentença de morte para todos”, disse.

Preocupado com a situação da BR-364, já debaixo d’água na região de Jaci e com a possibilidade do corte do tráfego para Guajará Mirim e Rio Branco (AC), eis que vários trechos da rodovia federal já estão desbarrancando, Follador fez um apelo aos seus colegas deputados para que rechacem o projeto e não autorizem este desastre. Do contrário, segundo ele, mas uma vez a comunidade de Jaci Paraná vai ter que ser remanejada, tendo em vista que praticamente toda Nova Jaci vai ficar debaixo d’água, segundo previsão de autoridades do meio ambiente que ele ouviu nas últimas audiências e em visita ao seu Gabinete.

O deputado disse que tem feito diversas reuniões com esses especialistas e ouviu deles que apenas com a elevação do nível das águas, como ocorre neste momento, a região está sofrendo um tipo de infiltração inversa, que parte do solo para a superfície, com aumento do volume da água do lençol freático, misturando os resíduos das fossas sépticas com a água potável, fato que torna impossível a sobrevivência em várias cidades da região, incluindo alguns bairros de Porto Velho.

Voltando a falar sobre a responsabilidade do Consórcio, o deputado informou que a questão das indenizações é um dos entraves que prejudicam o processo, entre outros como a ação do Ministério Público Federal (MPF) contra a elevação da parede da barragem, pelos danos que causam ao meio ambiente, às cidades e até a operacionalidade da Usina de Jirau, que também será afetada.

Além desses aspectos, segundo Adelino Follador, o aumento do nível da barragem também coloca o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) para o meio desta discussão, tendo em vista que a autarquia exige o levantamento da pista de rolamento da BR-364, em pelo menos três quilômetros no trecho que corta a cidade de Jaci-Paraná, sob o risco da rodovia também se sucumbir debaixo d’água, como já está ocorrendo.

O deputado disse que acredita no compromisso dos parlamentares, que têm idêntica preocupação, e que certamente manterão a rejeição ao projeto, já que ele não traz à luz informações precisas sobre os impactos diretos ao meio ambiente, e muito menos sobre questões econômicas, além da já conhecida falta de indenização às famílias desde a primeira etapa do projeto.

Mas isso, segundo ele, não é tudo. Adelino Follador disse ainda que o projeto também não indica que tipo de compensação terá o Estado pela perda de milhares de hectares de florestas e reservas ambientais que desaparecerão debaixo d’água, nem faz alusão às novas áreas rurais que serão alagadas e a tantas outras áreas agricultáveis que perderão esse status pelo excesso de umidade do solo, que as tornarão estéreis e consequentemente improdutivas, com prejuízos incalculáveis a seus proprietários e ao Estado de Rondônia.

Fonte: Ascom.
 

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