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Copel vai entrar 2015 com 20% da demanda de energia sem contrato



Braço de distribuição da companhia terá de recorrer
ao mercado de curto prazo para atender seus consumidores

 

Ano começa com pressão para as distribuidoras

Depois de um ano complicado, 2015 acena com um cenário mais positivo para as distribuidoras de energia. Antes de começar a colocar a casa em ordem, porém, elas terão um primeiro semestre de incertezas e desafios e podem precisar de um novo aporte do governo.

Dos cerca de 5 mil megawatts (MW) médios de energia necessários para 2015, apenas 622 MW foram contratados no leilão de 5 de dezembro, o que significa que as distribuidoras vão virar o ano descontratadas em quase 4,5 mil (MW) médios. A exposição do primeiro semestre equivale praticamente ao volume de energia que será entregue no segundo semestre com as cotas de energia mais barata. O problema é que essas cotas serão alocadas apenas na segunda metade do ano, quando vencem os contratos das usinas que não renovaram as concessões. Se comprassem muita energia no leilão de dezembro, as distribuidoras corriam o risco de ter excesso de energia no segundo semestre. Se comprassem pouca energia, aumentariam a exposição.

Com poucos geradores dispostos a vender energia, muitas distribuidoras terão de lidar, em maior ou menor grau, com os dois problemas em 2015: descontratação no primeiro semestre e sobrecontratação no segundo.

Novo leilão

Para evitar que a exposição involuntária das distribuidoras no primeiro semestre eleve ainda mais o rombo do setor elétrico, o governo anunciou para 15 de janeiro um leilão de ajuste para tentar diminuir a exposição das empresas.

A expectativa, porém, não é das melhores. “As geradoras não têm energia de sobra para vender. Prova disso é que as duas únicas ofertantes no leilão A-1 de dezembro foram Furnas e Petrobras, ambas do governo”, avalia Vlademir Daleffe, diretor de Distribuição da Copel.

O ano vai começar com um problema já conhecido para a Copel Distribuição. A companhia vai entrar em 2015 tendo de comprar 20% da sua demanda de energia no mercado à vista a um custo de R$ 388,48 – mais do que o dobro da tarifa média paga hoje pela companhia. Isso significa nova pressão para o caixa da distribuidora e custo que, cedo ou tarde, vai chegar ao consumidor. O alívio deve vir apenas a partir de julho, quando serão distribuídos 4,5 mil megawatts (MW) médios em cotas de energia mais barata das usinas que não renovaram as concessões.
 

No grupo das distribuidoras mais expostas, junto com Eletropaulo, Light, Cemig, Coelba e CFLO, a Copel vai receber 600 MW médios de cotas no segundo semestre. Essa energia vem de usinas que hoje pertencem à Cesp, Cemig e Copel, cujos contratos vencem no ano que vem, e terá um preço estimado em R$ 30 MWh, bem abaixo da tarifa média paga hoje pela companhia, na faixa de R$ 170.
 

Mas, até lá, a Copel terá de comprar no mercado à vista o equivalente a 810 MW médios para atender seus consumidores. É a soma de energia que ela não conseguiu contratar no leilão A-1, de 5 de dezembro – 179,4 MW médios – mais o montante que vai receber de cotas, porém, só no segundo semestre.
 

“Dos 210 MW que precisávamos no leilão, contratamos apenas 30,6 MW médios. Só a compra dessa diferença no mercado de curto prazo deve onerar o caixa da empresa em R$ 250 milhões de janeiro a junho”, afirma o diretor de Distribuição da Copel, Vlademir Santo Daleffe.
 

Cenário dúbio
 

Assim como outras distribuidoras, a Copel vive uma situação atípica. Descontratada na primeira metade do ano, a companhia terá de administrar uma possível sobrecontratação no segundo semestre com a chegada das cotas. “Uma das soluções é atrair empresas do mercado livre que estão querendo voltar para o regulado e aumentar o nosso mercado”, diz Daleffe.
 

A Copel começou 2014 como uma das distribuidoras mais expostas. O custo com a compra de energia no mercado de curto prazo cresceu 77% para R$ 1,1 bilhão no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2013. No final de abril, a companhia conseguiu zerar sua exposição com a contratação 388 MW médios de energia no Leilão A-0.
 

A distribuidora parou então de comprar energia cara no mercado à vista e pôde repassar as variações de custo ao consumidor no reajuste de 24 de junho. Por outro lado, teve de administrar o diferimento de quase 15% do índice de reajuste permitido para este ano.
 

Somando o porcentual de 5,1% que havia sido adiado ainda em 2013, a Copel poderia aplicar um aumento médio de 39,7% neste ano, dos quais 24,8% acabaram repassados – a diferença representa R$ 900 milhões a menos no caixa da companhia durante um ano, até que o valor comece a ser recomposto no reajuste de junho de 2015.
 

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